(Foto: Prefeitura de Jundiaí)
(Foto: Prefeitura de Jundiaí)

A rede voltada para o atendimento da população em situação de rua, a “Rede Pop Rua”, possui a República, um serviço de acolhimento institucional voltado aos usuários em fase final de reinserção social. Em vista da retomada da autonomia e do protagonismo de vida, a gestão do serviço é compartilhada com os usuários, que devem já estar empregados e dispor de renda para o custeio parcial de seu acolhimento.

Em Jundiaí, o serviço funciona em imóvel em área residencial e é oferecido pela Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS) da Prefeitura através de parceria com a Organização da Sociedade Civil (OSC) Casa Santa Marta para até dez vagas mensais.

“Quando a pessoa em situação de rua chega ao Centro Pop, que é o serviço de entrada da rede, nosso objetivo principal é trabalhar no seu plano individual de saída das ruas. Por isso divulgamos a campanha ‘Menos Esmola Mais Dignidade’, para alertar a população e as entidades filantrópicas sobre a importância de inclusão dessas pessoas nos serviços, para que sejam escutas e atendidas em suas demandas. Se elas tiverem vínculo com o Município e sinalizarem propósito de mudança de vida, seguem para a Casa de Passagem, Abrigos e, ao final, também pela República, e têm a oportunidade de retomar seu protagonismo de vida e restabelecimento de vínculos sociais e familiares”, explica a gestora da UGADS, Maria Brant.

Segundo psicóloga Iracilda Souza, coordenadora do serviço pela OSC, modelo traz gestão compartilhada, inclusive de custos. “Todas as regras de convivência são construídas de forma coletiva e partem deles. As únicas regras que vêm da rede são a obrigatoriedade de estar trabalhando, contribuir com ajuda de custo para o pagamento das contas domésticas e refeições aos finais de semana e reservar mensalmente 30% do salário em conta própria para que disponham de recursos próprios quando saírem do serviço e possam, por exemplo, alugar um imóvel”

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E acrescenta “O convívio baseado na liberdade tem como objetivo a reinserção social. Fazemos o acompanhamento ao longo do dia, mas monitoramento é feito à noite, pois no período noturno só estejam fora da residência quem estiver trabalhando. Isso tudo para que tenham autonomia. São regras deles, por exemplo, qual será a escala de limpeza. Eles mesmos proibiram uso de álcool e drogas no local. E partiram deles também combinados como não sair usando só toalha dos banheiros, ficar sem camisa, trazer visitas ou namoradas, bem como namorar nas redondezas, para que tenham boa convivência com os vizinhos”.

O período de permanência na República é de até dois anos, mas o prazo pode ser prorrogado, conforme avaliação de equipe técnica intersetorial.