A viagem de gestores da Prefeitura de Jundiaí para Bogotá, na Colômbia, foi encerrada no sábado (30), com visita a um bairro planejado e criado no conceito de ruas completas. A programação completa contou com visita técnica à central de transporte público da cidade boliviana, além de reuniões para detalhamento, com especialistas em mobilidade e transporte público da Secretaria de Mobilidade da capital colombiana, sobre o POT – Plano de Operacionalidade do Transporte, que entre as diretrizes indica as fontes de recursos para o funcionamento do modal de maneira integrada e viável.

“Os encontros têm sido muito ricos, com trocas de experiências fundamentais para a estruturação de novos sistemas de mobilidade na cidade”, declara o gestor de Governo e Finanças, José Antonio Parimoschi, que está em Bogotá. “A curva de aprendizado do sistema de transportes gestado pela TransMilenio, agora com mais de 10% da frota utilizando energia limpa, e a gestão de todos os modais da cidade por meio de uma central inteligente de monitoramento, nos ajuda na definição das melhores estratégias para estruturar o projeto da central de monitoramento que está sendo desenvolvida para Jundiaí, bem como será útil para a próxima licitação do sistema de transporte coletivo do município”.

Além dele, os gestores de Mobilidade e Transporte, Aloysio Queiroz Jr, de Inovação e Relação com o Cidadão, Thiago Maia, e dos diretores do Departamento de Transporte Público, Leslie Litano Tealdi Nascimento, e do Departamento de Engenharia de Mobilidade, Leandro Pinheiro.

Visitas e encontros

Um dos principais pontos abordados, foi sobre o financiamento do sistema de transporte. A tarifa precisa assegurar o equilíbrio econômico do contrato de concessão e garantir a sustentabilidade do sistema e da remuneração dos concessionários, para garantir qualidade para os usuários, bem como as tarifas especiais, representadas pelo subsídio das gratuidades para idosos, estudantes e deficientes.

Após a reunião na secretaria de Mobilidade, a equipe de Jundiaí conheceu o bairro planejado de San Felipe, que implantou o conceito da rua completa e utiliza o urbanismo tático para tornar o espaço público mais seguro para os moradores, especialmente para as crianças. O mesmo modelo utilizado em Jundiaí no entorno da EMEB Prof. Joaquim Candelário de Freitas, na Vila Hortolândia.

O especialista em Mobilidade, Oscar Edmundo Diaz, que foi palestrante no Seminário Internacional de Mobilidade Urbana de Jundiaí, em março, em Jundiaí, também se encontrou com o grupo no segundo dia de incursão sobre o tema na cidade boliviana. Diaz expôs os desafios e as oportunidades que foram gerados a partir da implantação do projeto TransMilenio, em Bogotá, no início da década de 2000. Oscar discorreu sobre a importância da continuidade dos investimentos definidos para o plano de mobilidade do município, para que não haja interrupção nos projetos de melhoria dos serviços prestados à população.

Para o gestor da UGMT, Aloysio Queiroz Jr, o objetivo de encontrar soluções que estimulem a caminhabilidade e outras alternativas para a mobilidade é prioridade foi alcançado com o encontro. “A visitação às ciclofaixas e ciclovias implantadas aqui, bem como o modelo integrado do transporte, detalha a funcionalidade e apresenta possibilidades sustentáveis para o transporte público de qualidade e integrado com ciclovias e ciclofaixas. Jundiaí já conta com projetos para a criação de rotas alternativas para veículos, incluindo novos eixos para o transporte coletivo, que são estratégias vencedoras na implementação do projeto de Bogotá”, comentou.

Veículos

Para o gestor de Inovação e Relação com o Cidadão (UGIRC), Thiago Maia, conhecer os veículos elétricos em operação com ampla escala, bem como o sistema de gerenciamento dos carros, mostra que o caminho que Jundiaí segue está alinhado com as propostas de excelência na qualidade do serviço bem como na melhoria e preservação do meio ambiente.

“O TransMilenio é um sistema de transporte público que utiliza veículo leve sobre pneus e faixas segregadas para agilizar o deslocamento dos passageiros. São cerca de 1500 ônibus elétricos em circulação, o que representa pouco mais de 10% da frota total de Bogotá. A velocidade constante de 25km/h proporciona rapidez e conforto para o deslocamento dos passageiros que usam o sistema. Mais de 80% dos usuários são pessoas com renda baixa e 50% utiliza todos os dias para ir trabalhar ou ir na aula”, avalia.