
A pequena Isadora, de 10 anos, está participando do concurso nacional ‘Arte na Orelha’ da Cochlear, empresa responsável pelos implantes auditivos Cocleares, para escolher o melhor desenho que estampará o implante.
Isadora nasceu surda e fez o implante coclear após 1 ano e cinco meses, no dia 13 de outubro de 2010, no Hospital das Clínicas, em São Paulo. A mãe de Isadora, Neide Gomes, de 38 anos, contou ao Tribuna de Jundiaí que ficou sabendo do concurso pelo e-mail.
“Quando soube do concurso, pensei: ‘A Isadora ama desenhar, faz uso do implante e da marca Cochlear, vou colocar ela neste concurso”, afirma.
Isadora que participa do Projeto ArTeiros da Ateal, onde recebe aula de desenho uma vez por semana. Neide conta que informou a professora do curso, Giovanna Cardin, que abraçou a ideia e todos assistidos do projeto participaram.
Após encaminhar os desenhos, Neide recebeu a resposta: Isadora era uma das finalistas.
O desenho que receber mais curtidas terá a arte utilizada como inspiração por um artista e será exposta na EarParade SP 2019, na frente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista.
Além disso, os finalistas participarão de um encontro de usuários do implante coclear.
Arte de Isadora
O concurso pedia que o participante desenhasse o que a orelha significava pra você. Neide conta que Isadora sempre amou animais e ama ouvir eles.
“A professora pediu para que Isadora desenhasse o que a deixava mais feliz, como ela ama ouvir os animais, ela encheu a orelha de bichinhos”, detalha a mãe.

Neide disse à equipe do Tribuna de Jundiaí, que só de ver a filha como uma das finalistas isso já é uma realização e mostra que ela pode ser tudo o que quiser ser.
“Estou muito feliz em ver o potencial dela! Estou orgulhosa em ver que toda correria, com terapias particulares e na Ateal, foram os melhores investimentos que ela poderia ter”, afirma.
Clique aqui para votar no desenho de Isadora.
Nascimento e adaptação
Isadora nasceu de parto normal, no Hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, ao fazer o teste de audição, foi constatado que ela não ouvia. Neide conta que não levou a sério o diagnóstico e refez outro exame mais específico que comprovou a surdez.
“Na época não acreditava no resultado do exame, tinha aquela intuição de mãe, assim, fomos à Faculdade de Medicina, que nos encaminhou até a Ateal”, explica.
Neide conta que a equipe da Ateal foi receptiva e fizeram mais exames, que confirmaram surdez profunda neurossensorial bilateral. “Fiquei triste com a notícia e tive vários questionamentos”, recorda.
Mas, os questionamentos duraram pouco tempo, pois a Ateal explico que Isadora faria uso do AASI (aparelho auditivo convencional), e quando completasse um ano ela seria uma candidata do implante coclear.
Depois do período de espera, Isadora realizou a cirurgia, teve um pós-cirúrgico rápido e ativação do aparelho foi feita 45 dias depois.
Como ela ficou 1 ano e 5 meses sem escutar foi feito aos poucos o mapeamento para ela se acostumar com os sons. “No começo ela não queria muito colocar o aparelho, mas hoje ela não vive sem”, diz.
Hoje, Isadora faz terapias de reabilitação com fonoaudióloga e psicopedagoga, além de aulas de balé, no projeto Curumim do Sesc.
“Sou feliz em ter uma filha surda, pois ela me mostrou um mundo que eu não conhecia, o mundo dos sons, ela me mostra que devo dar valor até ao som de uma colher caindo no chão, ela me mostra que posso enfrentar tudo sempre com um sorriso no rosto e pensamento positivo”, finaliza.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		