Mulher em mesa cirúrgica, com três bebês e um homem, à esquerda; três bebês com roupas rosa nas cadeirinhas de veículo, à direita
Lorena, Ana Maria e Beatriz nasceram de 34 semanas (Foto: Arquivo Pessoal)

A moradora do bairro Ivoturucaia, em Jundiaí (SP), Jéssica da Silva Formigoni, 31 anos, deu à luz a trigêmeas univitelinas – quando um único óvulo, fecundado por um só espermatozoide, sofre posteriormente uma divisão, gerando bebês com as mesmas características genética -, sem tratamento. 

“Meu médico disse que era mais fácil ganhar na Mega-Sena do que engravidar de trigêmeas univitelinas”, recorda Jéssica. 

Ela, que já é mãe de Bianca, hoje com 7 anos, planejava ter o segundo filho em 2016. Após algumas tentativas, veio o tão esperado positivo, mas foi na hora do ultrassom que surgiu a surpresa. 

“O médico perguntou ao meu esposo se tínhamos feito inseminação e na hora meu marido disse: ‘Bianquinha tinha razão! São dois’. Aí o Dr. Gustavo respondeu: ‘Legal, mas não são dois, são três’”, revela. 

Mudança de planos

Jéssica conta que ao descobrir ficou desesperada e começou a chorar. Ela conversou com Deus e pediu ajuda para encarar a situação. “Eu falei: olha, eu aceito, mas providencia tudo porque você sabe das minhas condições psicológicas e financeiras”.  

Na época, seu esposo Tiago Argentino da Silva, 34 anos, estava desempregado e tinha acabado de pegar suas economias para investir em um imóvel para alugar. 

“No dia que íamos começar a fazer o alicerce, eu descobri que estava grávida de três. Conversamos e percebemos que o jeito era aumentar a nossa casa, que era pequena, e comprar um carro com seis lugares”, explica. 

Com a ajuda de amigos, ela ganhou roupas, fraldas e leite. “O que eu pedi pra Deus lá no começo: prepara tudo. Ele me ouviu”, diz emocionada. Logo depois, seu esposo Tiago voltou a trabalhar. 

Nascimento

Com 34 semanas, Lorena, Ana Maria e Beatriz chegaram ao mundo, com cerca de 1,8 quilo, cada uma. Elas precisaram ficar na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal por conta da prematuridade. 

três recém-nascidos enrolados em uma coberta
Elas ficaram 19 dias internadas por causa da prematuridade (Foto: Arquivo Pessoal)

Após 19 dias, todas tiveram alta hospitalar, inclusive Jéssica e Tiago que estavam internados juntos com as filhas. Para Jéssica, a parte mais difícil foi o puerpério e a amamentação que era feita em “rodízio”, mas com dois meses e meio seu leite secou. 

Como saber quem é quem? 

“Agora, eu sei quem é quem, mas antes eu não sabia!”, afirma Jéssica, que teve que pedir para as enfermeiras manter as pulseirinhas do pé para ela identificar as meninas. 

Depois de um tempo, a mãe teve a ideia de colocar pares de brincos de cores diferentes. “Todo mundo falava que mães sabem diferenciar, mas eu confundia bastante”, recorda aos risos. 

Foto de três bebês com roupas cor de rosa
Apesar da semelhança, elas têm personalidades diferentes, segundo a mãe (Foto: Arquivo Pessoal)

Por onde passam, as meninas, hoje com 2 anos e 6 meses, chamam a atenção pela beleza e semelhança. “Nossa, elas são iguais!”, “Três e idênticas”. Perguntas sobre a gestação também são comuns para a família.

Quatro meninas sentadas em colchão comendo torrada
Lorena, Ana Maria, Bianca e Beatriz (Foto: Arquivo Pessoal)

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