
Na batalha diária pela inclusão e pelo reconhecimento dos direitos de seus filhos, as mães de crianças com deficiência assumem um papel de liderança essencial. Mais do que cuidadoras, são defensoras incansáveis de direitos como educação, saúde, acessibilidade e participação social.
Essa realidade é vivida com intensidade por famílias atendidas pela APAE de Jundiaí, onde o protagonismo feminino tem transformado histórias e ampliado conquistas.
Mães que se tornam agentes de mudança
Sue Ellen Raminelli, mãe do Enzo, de 11 anos, descobriu a síndrome de Down do filho após o nascimento. Desde então, se tornou uma voz ativa na defesa da educação inclusiva. “Quando nasce um filho, nasce uma mãe. Mas quando nasce um filho atípico, nasce também uma terapeuta, uma educadora, uma advogada – alguém pronta para defender e preservar os direitos de quem ama”, afirma.
Ela faz parte de um grupo de mães que luta para garantir a continuidade dos estudos dos filhos no Ciclo 2 da Escola de Educação Especial da APAE de Jundiaí, enfrentando o Governo Estadual em busca de respostas e garantias.
“Dividimos conhecimento, experiências e apoio entre nós. Nosso objetivo vai além dos nossos filhos – queremos garantir o futuro das crianças que ainda virão”, reforça Sue Ellen.
Inclusão vai além da sala de aula
Amanda Fonseca Morales também conhece bem os desafios enfrentados pelas mães atípicas. Professora e mãe da Giovana, de 12 anos, diagnosticada com paralisia cerebral e deficiência intelectual grave, ela aponta que as barreiras enfrentadas não estão nas crianças, mas no entorno social.
“Os desafios não estão nas crianças, mas no mundo ao redor – na falta de acessibilidade, no desrespeito às vagas reservadas, na omissão diante da negação de direitos essenciais como a educação”, denuncia.
Amanda e o marido adotaram Giovana e sua irmã Raissa ainda pequenas, e desde então, a rotina da família é marcada por muito amor, dedicação e resistência. Para ela, é preciso ouvir mais essas mães.
“Por mais que tenhamos redes de apoio, a mãe é a peça central nos cuidados. Não queremos ser chamadas de guerreiras. Somos mães atípicas e exigimos que as neurodivergências dos nossos filhos sejam respeitadas”.
Coragem, amor e transformação
O impacto da jornada dessas mulheres é profundo – emocional, físico, social e financeiro. No entanto, suas histórias também são fontes de inspiração, resiliência e mobilização coletiva. Ao se unirem, essas mães mostram que a inclusão não se faz apenas com discursos, mas com ações concretas, diálogo e empatia.
A APAE de Jundiaí é um dos espaços onde essa luta ganha força e visibilidade. Ao apoiar as mães e valorizar suas vozes, a entidade colabora para a construção de uma sociedade mais justa, acolhedora e inclusiva.

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