
O morador de Jundiaí Leonardo Ramos Correia não conseguiu chegar em seu primeiro dia de emprego por conta das manifestações que bloqueiam as rodovias.
Em entrevista ao G1, Leonardo conta que estava a caminho da nova empresa, localizada em Itapevi, mas devido aos bloqueios feitos por bolsonaristas contrários ao resultado das eleições presidenciais, que começou logo após o segundo turno em todo o país, o coordenador de desenvolvimento de produtos não conseguiu chegar ao trabalho.
O trajeto de sua casa até a empresa tem pouco mais de 60 quilômetros de distância e, em condições normais de rodovia, chegaria em pouco mais de uma hora. Porém, a terça-feira (1º) saiu do roteiro previsto com as ações de manifestantes espalhados em diversos pontos de Jundiaí e região.
Apesar de o RH da empresa ter compreendido a situação de impedimento de locomoção de funcionários, Leonardo ficou abatido e preocupado com os próximos dias. Ele contou que não sabe se conseguirá chegar ao trabalho nos próximos dias.
“Indignação de não poder exercer minha função de trabalhador. Passei raiva e agora quem me garante que na quinta-feira, eu vou conseguir chegar [ao trabalho]?”, questiona.
“Primeiro dia de trabalho a gente já dorme mal, né? Eu já estava ansioso no final de semana porque tive uma semana de transição, acordei cedo, preparado, e não pensei que ia ficar horas parado dentro do carro. Eu já sou ansioso, tenho trauma e fico muito mal com trânsito, fiquei roendo a unha no carro e cheio de pensamentos na cabeça”, conta Leonardo.
“Raiva e revolta”
“Saí do bairro do Engordadouro [em Jundiaí] por volta das 6h. Coloquei no aplicativo GPS e deu que às 7h30 eu estaria na empresa em Itapevi (SP). Quando cheguei no Rodoanel, o tempo começou a aumentar. Quando cheguei no trecho para pegar a Castello Branco, faltavam 2 quilômetros apenas para eu chegar e todas as faixas pararam”, relembra o jundiaiense.
Sem previsão de chegada ao trabalho, Leonardo conta que enquanto estava parado no carro, recebeu uma ligação de uma funcionária do RH da empresa.
“Ela disse que outras pessoas não iam conseguir, que a situação estava um caos e autorizou que eu voltasse para casa”, explica.
Três horas após pegar a estrada rumo ao primeiro dia do novo emprego, Leonardo voltou para casa fazendo desvios por vias livres de manifestantes. “Vim pela rodovia Bandeirantes, caí no trevo que vai para Itu e Itupeva e cheguei em Jundiaí”.
“Não sabia até que horas eu iria ficar parado ali e voltei. Paguei pedágios, perdi gasolina e o dia do primeiro emprego.”
“Raiva e revolta por saber que muita gente também estava parada no meio do trânsito. Gente que depende de salário, que trabalha por conta. Também vi que várias pessoas perderam hemodiálise por isso. Não dá para entender o que eles [manifestantes] querem.”
“Às 13h, eu vi que a rodovia Castello Branco ainda estava paralisada. Se eu tivesse ficado, estaria lá por muito mais horas”, analisa.
“Meu chefe gostaria que eu já iniciasse o cargo nesta quarta-feira, mas nada deu certo. Nem sei se esse dia eu vou ganhar”, questiona Leonardo Ramos Correia sobre o dia que talvez não seja registrado no holerite.
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