Valéria é moradora do Condomínio Reserva da Serra e decora sua casa todo ano. (Foto: Arquivo pessoal)
Valéria é moradora do Condomínio Reserva da Serra e decora sua casa todo ano. (Foto: Arquivo pessoal)

Quem passa em frente da casa de Valéria da Cunha Prado Campiglia, moradora do Condomínio Reserva da Serra, no Medeiros, leva um susto. No jardim, teias de aranhas e covas horripilantes enfeitam o terreno no mês de outubro, em comemoração ao Halloween.

Morando em Jundiaí há quase cinco anos, quando ela chegou na cidade, a decoração da casa e a festa de Halloween já eram tradições no condomínio. “O meu terreno ficava afastado da região das casas que eram as atrações turísticas e por isso, há dois anos, passei a contar a história da Maricota e enviar nos grupos de moradores, para atrai-los para cá também”, fala.

Maricota, a Maria da Silva, era uma mãe de família muito dedicada e vaidosa. Tinha muitas joias e adorava ouro. Um dia, ela foi picada por uma cobra e faleceu. Como foi enterrada sem seus pertences, todas as noites ela voltava para assombrar a família. As aparições de Maricota só acabaram quando os filhos abriram a cova e devolveram seus anéis e colares.

Túmulo de Diogo Dantas e Maricota. (Foto: Arquivo pessoal)

De origem do Mato Grosso do Sul, o conto de Maricota chegou a Jundiaí e foi reproduzido no jardim de Valéria. Em 2018, além da cova de Maria da Silva, havia mais duas. Neste ano, a decoração ganhou o morto Diogo Dantas, enterrado com as pernas para fora.

Nos vídeos publicados por Valéria nos grupos de WhatsApp, ela encena e usa toda a criatividade para atrair os moradores.

“Deu certo. Minha casa é uma das mais movimentadas no Halloween”, conta.

Imaginação

Na comemoração do Dia das Bruxas, que normalmente acontece no sábado mais próximo do dia 31 de outubro, enquanto ela, vestida de bruxa, vai pedir doces com seus filhos Enzo, de 16 anos, e Iker, de 12, o marido Oscar fica em casa para distribuir as guloseimas aos vizinhos.

Para ela, esse conjunto de ações mantém a magia da data.

“Antes de vir para Jundiaí, morava em um condomínio em São Paulo. Eu que institui a comemoração de Halloween por lá. Pedi permissão ao síndico e convidei as crianças para se reunirem no térreo do apartamento no dia 31. Os moradores que quisessem participar deveriam sinalizar com algum item macabro em frente à porta”, conta.

E a comemoração foi um sucesso. Com o tempo, os netos dos moradores e amigos da escola iam ao condomínio para participar exclusivamente da festa de Halloween.

Valéria diz que tanta dedicação é uma forma de alegrar a família. “Meus filhos adoram participar, ver o resultado. E é assim desde que eles são pequenos. Na Páscoa, eu sujava toda a casa e colocava patinhas de coelho e no Natal, mandávamos cartas ao Papai Noel”, conta. “Essa é uma forma de trabalhar a imaginação das crianças e também manter a magia de todas as datas”, conclui.

 

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