Moradores dançando e conversando entre si
Moradores dançaram com terapeutas e alegraram encontro. (Foto: Reprodução/Prefeitura Municipal de Jundiaí)

O Natal chegou mais cedo para os moradores do Serviço de Residência Terapêutica (SRT) de Jundiaí, pertencente à Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Com música, dança e decoração natalina, os homens e mulheres atendidos nas unidades da Vila Liberdade e Jardim Paulista realizaram uma bela confraternização.

Geralda Rodrigues de Jesus, de 77 anos, adora este período do ano. “Gosto do Papai Noel. Olha que bonito que é. Gosto também de bolo de chocolate. Nessa época a gente come muito bolo”, confessou.

Internada por 42 anos no Hospital Psiquiátrico Juqueri, Geralda é uma das 19 pessoas que estavam em equipamentos de internação psiquiátrica e provenientes de Jundiaí são atendidas para RAPS municipal.

Longe da família e sem amigos, a senhora risonha e fã de novelas está há oito meses no SRT da Vila Liberdade e tem motivos para comemorar. “Agora eu estou em casa”, disse.

Senhora decora árvore de Natal
Geralda comemora: “Agora eu estou em casa”. (Foto: Reprodução/Prefeitura Municipal de Jundiaí)

Cecília Simões, de 58 anos, assim como Geralda, também gosta do Natal – mas por causa, especialmente, dos presentes. “Eu ganhei bermudas, sapato, brinco e chinelo”, fala.

Ela é moradora há dois anos na SRT Jardim Paulista e argumenta: “Eu gosto do Natal porque é um dia de festa”.

De acordo com Raquel Kubtiza, terapeuta da unidade da Vila Liberdade, a interação, como a que acontece na confraternização de Natal, faz parte do processo de ressocialização. “Por muitos anos, essas pessoas ficaram privadas do convívio e tiveram suas vidas podadas. A casa é a moradia deles. Cada um tem o seu lugar, as suas coisas, resgataram a dignidade, a autoestima e o protagonismo”, explica. “Outro motivo é reacender o contexto natalino de confraternização, com a convivência entre todos, num clima de festa”, defende a profissional.

Gestor da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), Tiago Texera, também fala sobre tratar cada atendido como um indivíduo. “Cada pessoa teve uma trajetória, um passado e tem suas limitações. Faz parte do serviço entender, cuidar e proporcionar desenvolvimento, acolhimento e qualidade e vida. As duas residências terapêuticas de Jundiaí desenvolvem um trabalho de excelência no cuidado dessa população, que ainda conta com os demais equipamentos da rede como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades Básicas de Saúde (UBSs), ambulatórios de especialidades e hospitais”, conclui.

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