À esquerda, câmera de monitoramento posicionada; à direita, imagem transmitida no celular
Sistema de monitoramento foi proposto pelos próprios moradores do bairro. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)

No Jardim Tannus, ao lado do Parque Eloy Chaves, em Jundiaí, um grupo de moradores criou seu próprio sistema de monitoramento do bairro.

São mais 20 câmeras de segurança instaladas em nove ruas que transmitem imagens ao vivo através de um aplicativo instalado nos celulares dos moradores que aderiram ao projeto.

“A ideia surgiu depois que casas começaram a ser furtadas e identificamos que estava havendo aumento da criminalidade na região”, destaca um dos coordenadores do grupo, Moacir Dantas Aguiar.

O projeto Colaborativa, como foi chamado, conta com cerca de 50 pessoas e, segundo Moacir, algumas políticas são essenciais para que, em seis meses, os resultados sejam tão positivos.

“Nós estamos sempre nos falando no WhatsApp para termos um entendimento coletivo se aquela imagem é ou não suspeita. Também há um contrato de responsabilidade, assinado individualmente. Quem capturar imagem da tela, por exemplo, tem o nome registrado”, explica.

Além disso, segundo o coordenador, as câmeras têm afastado os criminosos. Desde que o projeto saiu do papel, o número de furtos caiu consideravelmente.

Tecnologia

A Guarda Municipal de Jundiaí (GMJ) também aposta na tecnologia como caminho para a segurança pública. Com esse entendimento, o órgão municipal também possui uma central de monitoramento.

“Para que seja possível incluirmos os bairros no nosso sistema, é preciso o cabeamento de fibra ótica. A previsão é que, em breve, mais 370 km sejam instalados em todo o município”, fala o comandante da Guarda Municipal, Benedito Marcos Moreno.

No Jardim Tannus, bairro ainda não contemplado com o sistema da GMJ, os moradores procuraram por uma empresa especializada em segurança.

“Eles nos sugeriram a quantidade de câmeras, onde instalar e realizam toda a manutenção. Os moradores que adquiriram ao projeto pagam um valor mensal”, ressalta Moacir.

No projeto Colaborativa, a tecnologia é empregada na qualidade das imagens e nos dispositivos.

As imagens não ocupam a memória do celular, uma vez que ficam armazenadas no próprio software da empresa de segurança.

Há, além disso, um botão do pânico.

Caso alguma casa esteja sendo invadida, o morador acionará o botão de pânico e, não só a companhia contratada, mas também toda a rede conectada, receberá um sinal sonoro e poderá acionar a Polícia Militar (PM) ou a GMJ.

Mulher segura celular com transmissão ao vivo
Imagem é transmitida em tempo real aos celulares dos moradores participantes. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)

Mais segurança

Moacir, assim como as famílias que aderiram ao projeto, reconhecem que a segurança pública é um dever do Estado. Mas como cidadãos, também entendem que, se existem formas de melhorar essa proteção, que assim seja feito.

“A PM e a GMJ têm nos atendido muito bem e sabemos que, na realidade, não há aparelhamento que supra a necessidade de todos. Por isso fazemos nossa parte. Segurança é sempre bem-vinda”, destaca o coordenador do grupo.

A disposição das câmeras no bairro permite que, não só o crime seja evitado, mas que, se ele acontecer, o reconhecimento do suspeito ou do veículo utilizado na ação seja facilitado.

Assim, por meio do sistema OCR (Optical Character Recognition, em inglês), da Guarda Municipal, a placa do carro é incluída em um banco de dados e caso seja localizada por uma das câmeras inteligentes já instaladas por toda a cidade, uma equipe é enviada para averiguação.

Recomendações

É proibido, no projeto Colaborativa, divulgar qualquer imagem capturada pelas câmeras de segurança para fora do grupo de moradores ou redes sociais.

Segundo o comandante Moreno, o melhor a se fazer é acionar a Guarda Municipal pelo 153 e Polícia Militar pelo 190 ao identificar uma atividade suspeita.

Moacir ressalta que o grupo do WhatsApp também é um braço importante nesta identificação.

“Certa vez um dos moradores disse no grupo que um carro desconhecido estava parado em uma das ruas já há algum tempo. Então outra pessoa confirmou que se tratava de um parente”, explica.

O comandante Moreno também indica que outros cuidados sejam tomados.

“É preciso dar atenção especial no momento de criar este grupo e quais pessoas serão incluídas, pois é possível que seja um indivíduo de má fé e repasse informações importantes a criminosos, como quando um vizinho vai viajar”, detalha.

Ele pede, também, que moradores que desejam instalar seu próprio sistema de monitoramento, estejam alinhados à Guarda Municipal.

“Estamos à disposição para auxiliar nessa estratégia de segurança, a identificar a quantidade de câmeras necessárias e os melhores pontos de instalação”, afirma.

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Poste sustenta três câmeras de monitoramento em esquina do bairro
Câmeras estão posicionadas em pontos estratégicos no bairro. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)