Os índices de mortalidade no trânsito continuam sendo motivo de preocupação não só em Jundiaí como em todo o Brasil. Dados da plataforma Infosiga-SP, do Governo do Estado de São Paulo, mostram que o número de mortes na cidade voltou a subir em 2024 e segue em alta nos primeiros meses de 2025. A situação reforça o alerta da campanha de educação para o trânsito da Prefeitura de Jundiaí, “Não deixe um acidente contar sua história”, que destaca o perfil das vítimas, majoritariamente homens jovens, e o alto índice de acidentes fatais envolvendo motociclistas.
A situação local infelizmente acompanha uma tendência nacional: o Atlas da Violência 2025, divulgado na pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que as mortes de usuários de motocicletas cresceram mais de 10 vezes nos últimos 30 anos no Brasil. O relatório destaca que a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes no país subiu 2,3%, com aumento contínuo nos últimos anos.
Cenário em Jundiaí
A comparação dos primeiros cinco meses dos últimos anos aponta uma oscilação. Em 2022, foram registrados 12 óbitos nas vias urbanas entre janeiro e maio, dos quais 5 eram motociclistas (42%). Em 2023, foram 10 mortes, novamente com 5 motociclistas (50%). Em 2024, houve queda para apenas 4 mortes nas vias urbanas, sendo 3 motociclistas (75%). Já em 2025, até o final de maio, os registros saltaram para 18 mortes, sendo 7 motociclistas (39%).
Ou seja, embora a porcentagem de motociclistas em relação ao total de mortes tenha diminuído em 2025, o número bruto de óbitos voltou a subir, tanto no total quanto especificamente entre os que ocupavam motos.
Somando os dados de janeiro a junho de 2025, foram 41 mortes no trânsito em Jundiaí, sendo 6 apenas no mês de junho, onde 3 eram motociclistas.
Fatores de risco
O aumento das mortes de motociclistas é um fenômeno complexo, relacionado a vários fatores. A análise dos acidentes fatais em vias urbanas não indica a existência de um ponto crítico específico, os casos ocorrem de forma pulverizada pela cidade. Entre os principais fatores de risco identificados estão: excesso de velocidade, avanço do sinal vermelho e conversões proibidas.
Segundo o Atlas da Violência, a expansão acelerada da frota de motos e a má formação dos condutores e despreparo do motociclista, que muitas vezes não possui uma formação adequada para o trânsito são fatores que contribuem diretamente para o cenário atual.
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Outro fator importante é o uso da motocicleta como ferramenta de trabalho, que expõe ainda mais os condutores a riscos. A pressão por prazos e agilidade pode levar a comportamentos imprudentes, como excesso de velocidade e manobras perigosas.
“A análise feita pela nossa equipe aponta que os principais fatores que levam a acidentes fatais estão ligados ao comportamento de risco, como excesso de velocidade, desrespeito à sinalização e imprudência nas vias. Apesar de cada ocorrência ter suas particularidades, esses fatores são recorrentes e contribuem diretamente para os sinistros graves,” destaca o gestor da Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte de Jundiaí, José Carlos Sacramone.
Números no Estado de SP
No Estado de São Paulo, os dados do Infosiga mostram que entre janeiro e junho de 2025 foram registradas 1.329 mortes de motociclistas, um aumento de 5,6% em relação ao mesmo período de 2024. Só no mês de junho, foram 236 mortes – 6,8% a mais que em junho do ano anterior.
Perfil das vítimas
A maioria das vítimas fatais no trânsito segue um perfil recorrente: homens jovens. Em 2024, 83% das vítimas eram do sexo masculino, e a faixa etária de 18 a 39 anos concentrou 42% das mortes. Além disso, 42% dos acidentes fatais ocorreram entre a tarde de sexta-feira e a madrugada de segunda, de forma pulverizada, sem concentração em um único ponto.
Campanha alerta para escolhas no trânsito
A campanha “Não deixe um acidente contar sua história”, tem como foco alertar a população sobre a importância de escolhas responsáveis no trânsito. A iniciativa visa atingir motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres, com ações educativas e de conscientização.
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