
O Colégio Degraus, de Jundiaí (SP), encerrou sua participação na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) 2025 com destaque. Ao todo, seis projetos do Ensino Fundamental e Médio foram premiados, incluindo iniciativas da Mostratec Júnior. Os resultados coroam uma trajetória de crescimento da instituição no cenário científico estudantil.
A professora Clarissa Scolastici Basso, responsável pelo programa de iniciação científica do colégio, destaca a evolução da participação da escola ao longo dos anos. Segundo ela, os estudantes passaram de simples curiosos a jovens pesquisadores maduros, capazes de estruturar investigações com rigor técnico e propósito social.
“Hoje, percebemos o amadurecimento não apenas na parte técnica, mas também na forma como eles se posicionam, argumentam e apresentam suas pesquisas”, afirma.
Evolução constante e resultados expressivos
Para Clarissa, cada edição da Mostratec trouxe amadurecimento coletivo. Ela explica que o colégio aprimorou a metodologia, os critérios de seleção e o acompanhamento das etapas de pesquisa, fortalecendo a integração entre as áreas e o foco no impacto real dos projetos.
“Neste ano, ficamos extremamente felizes com os resultados — conquistamos premiações com todos os projetos do Ensino Médio, quatro no total. Isso mostra a consistência do trabalho e o quanto os alunos compreenderam a importância da pesquisa como processo”.
A Mostratec 2025 também reforçou a diversidade de temas estimulados na escola: bio-óleo como alternativa sustentável, novos biomarcadores para câncer, simulações por elementos finitos, disruptores endócrinos em produtos infantis, análises genômicas avançadas e campanhas educativas sobre HPV.

Alunos relatam experiências transformadoras
A participação na feira marcou profundamente os estudantes premiados. Muitos relataram descobertas pessoais, amadurecimento acadêmico e o despertar para carreiras científicas.
Sustentabilidade e inovação com o bagaço da laranja
Clara Santana Zampieri Dias, do 1º ano do Ensino Médio, foi premiada com o trabalho “Produção de Bio-óleo a partir do Bagaço de Laranja”. Ela afirma que viver a Mostratec pela primeira vez foi “surreal e inimaginável”.
“Isso me mostrou do que eu sou capaz com meu esforço e dedicação. Ter recebido o prêmio foi inacreditável e despertou em mim um interesse que eu não tinha antes”, relata.
Confiança e amadurecimento na comunicação científica
Marina Chiachirini Yano, do 9º ano, destacou o impacto da experiência na formação pessoal:
“O principal aprendizado foi ter mais confiança na hora de apresentar ideias e saber me comunicar com diferentes pessoas. Participar da feira aumentou meu interesse pela área de pesquisa”.
Motivação para transformar a sociedade pela ciência
Para a aluna Gabriela Margatho Alcides, do 8º ano, a participação reforçou o desejo de seguir carreira científica:
“Aprendi que a ciência tem o poder de transformar e até salvar vidas. É isso que quero fazer no futuro”.
Troca cultural e reconhecimento internacional
João Vitor Margatho Alcides, da 2ª série do Ensino Médio, ressaltou a imersão multicultural proporcionada pela Mostratec:
“A Mostratec reúne uma diversidade cultural muito grande. Poder aprender com realidades diferentes e ver nosso projeto reconhecido foi uma experiência única”.
Quarta participação e primeira premiação
Gabriela Batistela, da 2ª série do Ensino Médio, comemorou sua primeira medalha após quatro anos consecutivos de participação:
“O verdadeiro prêmio é estar lá, apresentando um trabalho no qual acredito. Cada edição me traz novos aprendizados e ver esse reconhecimento agora foi muito especial”.

Conheça os projetos premiados do Colégio Degraus
1. Produção de bio-óleo a partir do bagaço de laranja (EM)
O estudo desenvolveu uma alternativa sustentável ao diesel usando liquefação hidrotérmica do bagaço de laranja. O uso de etanol como cossolvente aumentou o rendimento do bio-óleo em 46%, ampliando a viabilidade econômica do processo.
2. Microambiente tumoral no câncer de pâncreas (EM)
A pesquisa analisou o PDAC com técnicas de bulk e single-cell RNA-seq, identificando genes superexpressos, vias agressivas e dois clones principais de células tumorais, com potencial para orientar terapias mais precisas.
3. Missão Proteção: HPV, aqui não! (Fundamental/EM)
Usando Design Thinking, o projeto criou uma campanha de prevenção ao HPV voltada a adolescentes, com posts educativos, análise de comportamento e linguagem acessível para redes sociais.
4. Reatores eletrocatalíticos: otimização via elementos finitos (EM)
O estudo avaliou o impacto da distribuição de catalisadores em eletrodos, identificando porcentagens ideais para maximizar desempenho e reduzir desperdício.
5. Disruptores endócrinos em produtos infantis (Fundamental)
A pesquisa identificou substâncias nocivas em produtos de higiene infantil, como parabenos e fragrâncias, alertando para riscos neurológicos, hormonais e reprodutivos.
6. Assinaturas moleculares prognósticas em LMA (EM)
Utilizando dados genômicos públicos, o projeto identificou genes como NRAS, FLT3 e KIT como possíveis biomarcadores prognósticos da leucemia mieloide aguda.
Próximos passos: fortalecer a iniciação científica
A professora Clarissa reforça que a escola pretende ampliar o programa de iniciação científica, firmar novas parcerias com universidades e incentivar que os alunos iniciem seus projetos cada vez mais cedo.
“Nossa meta é manter o protagonismo dos estudantes e continuar representando a escola com excelência nas próximas edições da Mostratec.”
