
Na próxima segunda-feira (29), às 17h, os motoboys de Jundiaí e região farão um protesto na praça de retorno da Avenida Nove de Julho, em frente à rodoviária. De acordo com um dos organizadores do movimento Écio Nogueira Lucatto, a expectativa e de 200 motoboys presentes.
Écio disse ao Tribuna de Jundiaí, que a categoria pede reivindicações na obrigatoriedade da “placa vermelha”, curso de motofrete – que não tem em Jundiaí, e a retirada do adicional de periculosidade da classe.
De acordo com Écio, a obrigatoriedade do uso da placa vermelha em motos que fazem transporte de qualquer produto, caracteriza o veículo como de aluguel. Além disso, o curso de motofrete que passou a ser obrigatório não está disponível na região, com capacitações pagas apenas em São Paulo e Campinas.
“Essas leis estão nos oprimindo e obrigando a trabalhar de modo clandestino. Nós queremos trabalhar dentro da lei, mas pra isso é necessário facilitar o processo que, atualmente, está cada vez mais difícil”, disse.
Outro ponto abordado pela classe está na reforma trabalhista, o fim do adicional de periculosidade de 30% para motoboys, mototaxistas e quem usa motocicleta para exercício da profissão.
“É um absurdo! Atuo na área há 20 anos e sei dos riscos que corro dentro da minha profissão e sempre dou este exemplo: sofremos os mesmos riscos que os policiais de moto, a adrenalina de entregar um produto é a mesma de um policial”, explica.
Écio ainda ressalta que esses pontos são “o mínimo para trabalhar com dignidade e segurança”. “Somos marginalizados, quando sofremos um acidente na rua, temos que esperar até 1 hora para vim o socorro. Precisamos do adicional de periculosidade!”.
Atualmente, Jundiaí e região contam com aproximadamente 100 mil motoboys, segundo Écio.
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Em São Paulo
Paralisações têm acontecido diariamente em São Paulo e outras estão previstas para os próximos dias. De acordo com Écio, seus colegas de profissões paulistas estão tendo a moto apreendida, mesmo com o veículo e a documentação regularizada, ou seja, pagam uma multa e retiram a motocicleta no outro dia.
“Ninguém acredita, mas podemos para o Brasil, assim como os caminhoneiros, somos nós que levamos medicamentos, peças, alimentação, documentação e outras coisas importantes”, alerta.
Para finalizar ele disse que se não alcançar o objetivo da classe desta vez, eles continuarão com os protestos. “Vamos tentar até conseguir!”.