
Nesta quarta-feira (17), motoristas de aplicativo de Jundiaí e região foram para a rua, participar da paralisação nacional em protesto contra as operadoras. De acordo com a Amajur (Associação dos Motoristas por Aplicativo de Jundiaí e Região), os profissionais protestaram pelo direito de maior repasse das tarifas de viagens.
Segundo o presidente da Amajur, Djan Schettino, os aplicativos ficam com a maior parte dos ganhos das viagens, mas sem ter os gastos e prejuízos que os motoristas têm, como manutenção e seguro dos veículos, e gasolina. Só em 2021, o valor do combustível já subiu seis vezes, o que impacta consideravelmente o trabalho dos profissionais.
“Os motoristas da região de Jundiaí, assim como em todo o país, vêm sofrendo nos últimos meses com a alta desenfreada nos preços de itens que compõem a manutenção da atividade, principalmente dos combustíveis, tornando inviável continuar o trabalho com um mínimo de lucratividade operando com as tarifas oferecidas pelas operadoras, sem reajustes favoráveis aos motoristas há mais de quatro anos”, descreve o manifesto da Amajur.
Djan reforça que o objetivo da paralisação não é pedir o aumento do valor das corridas para os clientes, e sim ter mais lucro a partir do valor que já é pago. “Aumento de tarifa representa aumento para o cidadão pagar. Não é isso o que nós queremos. Nós estamos reivindicando um aumento nos repasses, contra as operadoras.”
O ato em Jundiaí contou com cerca de 300 motoristas, que se reuniram, de forma pacífica e respeitando as restrições sanitárias, ao lado do terminal Hortolândia, por toda a manhã desta quarta-feira.

Protesto com solidariedade
Durante a paralisação, os motoristas por app também foram convidados a arrecadar alimentos não perecíveis e itens de limpeza e higiene pessoal. Todo o conteúdo arrecadado será doado à instituições e entidades de assistência da região de Jundiaí.
Djan conta que ainda não foi possível contabilizar, mas que a ação gerou uma grande quantidade de doações. “Encheu o porta-malas do carro, até a tampa. Tem muita comida”. Após a contagem, a Amajur fará a divulgação do resultado final das doações através da página da associação no Facebook.

De acordo com o presidente da Amajur, até o momento nenhum dos aplicativos respondeu às solicitações dos motoristas. “As operadores são totalmente omissas, não respondem, tratam com indiferença ou dão respostas evasivas”, comenta.
Para o G1, a assessoria de imprensa da Uber informou que oferece descontos aos passageiros como forma de incentivar e aumentar as viagens durante um baixo fluxo de corridas por causa da pandemia. Já sobre o aumento da gasolina, o aplicativo comentou que o fator “foge do controle” da empresa.
Não para por aí…
Ainda assim, Djan conta que a Associação dos Motoristas por Aplicativo vão propor outras mudanças para as operadoras. O motorista de 45 anos conta que vão denunciar os aplicativos por prática de dumping, um termo econômico que representa a oferta de produtos e serviços muito abaixo do preço correto. Esse tipo de prática prejudica os prestadores de serviço.
Segundo o presidente, a denúncia será feita para dois órgãos: ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e através do Procon: “Os motoristas são clientes das plataformas, pagamos pelo serviço de informação”, defende.
A Amajur também deverá convocar os aplicativos para uma audiência pública e por fim, solicitarão à Justiça a isonomia de atividades. De acordo com o presidente, as plataformas praticam vários tipos de tarifação em diferentes locais no Estado de São Paulo, fazendo com que os ganhos dos motoristas sejam desiguais.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		