ônibus municipal da cidade de Jundiaí
Foto: Prefeitura de Jundiaí

Os motoristas de ônibus urbanos de Jundiaí planejam iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 23 de dezembro. A decisão foi confirmada pelo Sindicato dos Motoristas Rodoviários de Jundiaí e Região, após o impasse nas negociações salariais da categoria.

Negociações sem acordo

O sindicato informou que, após três assembleias realizadas pelos trabalhadores, as propostas apresentadas pela empresa não atenderam às reivindicações da categoria. Segundo o presidente do sindicato, Emerson Lopes, as negociações não evoluíram de forma satisfatória para um acordo. “Cabe à entidade sindical, por seu representante legal, comunicar a quem interessar possa, que se faça saber: administração pública, empresa e usuários, a decisão soberana da assembleia pela paralisação até que se encontre melhores termos para o encerramento das negociações”, afirmou em nota.

Posicionamento da Transurb

A concessionária que administra o serviço de transporte coletivo emitiu um comunicado destacando que ainda não foi notificada formalmente sobre o movimento de paralisação.

Informamos que até o presente momento a empresa não foi notificada formalmente de qualquer movimento de paralisação do transporte na cidade de Jundiaí, sendo que, apenas, houve notícia de que a contraproposta de aumento salarial enviada à categoria foi rejeitada em segunda assembleia, realizada na data de hoje.

A pauta inicial apresentada pelos trabalhadores era de 13,5% de aumento salarial.
A empresa ofereceu, em sua segunda proposta, apresentada na data de hoje, aumento de 19% no PLR, 15% nos benefícios e 6% sobre os salários, que combinados oferecem ao final 11% de reajuste à categoria.

Tal qual se deu na primeira assembleia, sem qualquer justificativa, os trabalhadores optaram por não fazer nenhuma contraproposta à empresa.

Como este desfecho não atende os princípios básicos das negociações coletivas, acrescido do fato de que o reajuste proposto pela empresa suplanta em muito qualquer índice inflacionário do período, tratando-se do maior de 2024 oferecido a todas as categorias dentro de Jundiaí, a empresa se manterá disposta a negociar, dentro dos limites legais e critérios econômico-financeiros aplicáveis.

A empresa adotará desde já as medidas judiciais necessárias para evitar a paralisação dos serviços e o consequente prejuízo aos usuários, bem como, para que, outros interesses, estranhos à negociação coletiva propriamente dita, interfiram nas tratativas, que deve buscar, tão somente, a melhoria salarial dos trabalhadores.

A Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte (UGMT), por meio do Departamento de Transporte Público (DTP), informou que segue acompanhando os desdobramentos das negociações entre a concessionária e os trabalhadores. O órgão também afirmou que irá atuar para evitar que a paralisação prejudique os usuários do transporte coletivo.

Impacto para os usuários

A greve, caso confirmada, terá início às 00h00 de segunda-feira e deve impactar diretamente os passageiros que dependem do transporte público. O sindicato pediu compreensão à população e destacou a necessidade de bom senso das autoridades para resolver o impasse.

Nota de correção: O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Emerson Lopes, entrou em contato com o Tribuna de Jundiaí e reforçou que a informação de que a categoria recusou a proposta de reajuste de 11%, conforme divulgada na nota da Transurb e compartilhada pela Prefeitura de Jundiaí, não é verdadeira. Essa afirmação foi retirada da matéria e das publicações nas redes sociais do nosso jornal, mas mantida da nota na íntegra da empresa, que pode ser vista acima.

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