
Ele já foi casado, teve 12 filhos, 23 netos, quatro bisnetos e é padre. Sim, você não leu errado. O Tribuna de Jundiaí foi conhecer a história de José Brombal, pároco na Catedral Nossa Senhora do Desterro, em Jundiaí, que dedicou sua vida ao seminário.
Brombal nasceu em 1927 e agora, dia 14 de agosto, completa seus 91 anos de idade com muita simpatia e amor. Lembra de sua história com detalhes: nasceu na Fazenda Santa Gertrudes, em Itupeva, e foi registrado em Vinhedo, mas garante que se considera jundiaiense, já que ambas as cidades pertenciam a Jundiaí na época. Ele é o filho mais velho de cinco irmãos. “Vivos só tem eu e meu irmão mais novo. Os irmãos que vinha entre nós já estão na eternidade”, conta.
Serviu ao Exército entre 1948 a 1949 e, após este período, participava de trabalhos voluntários em asilos. Como sempre foi católico, realizava atividades nas paróquias e foi lá que conheceu sua esposa, que era órfã de pai e mãe. Brombal casou-se e, faz questão de garantir, foi muito feliz em seu casamento.
O pároco conta que sempre morou na Vila Arens com a esposa e os 12 filhos: Anselmo, Maria Aparecida, Maria José, Maria Conceição, Maria das Graças, Paulo Alberto, Maria Salete, Maria Ana, Maurílio Luís, José Carlos, Plinio Eduardo e Maria Claudia.

Trabalhou como marceneiro e carpinteiro, e permaneceu por 40 anos em uma única empresa. “Eu trabalhei lá e tinha bastante gente. Eu nunca briguei com ninguém, sempre me dei muito bem com todos. O homem mostra que é forte quando ele vence a si mesmo e não quando ele vence os outros”, conta o pároco.
Em 11 de novembro de 1986, sua esposa faleceu por conta de uma trombose. Depois de 34 anos de união, Brombal decidiu fazer um voto de castidade: não tornaria a se casar e dedicaria sua vida ao ministério. Quando tomou a decisão, os filhos não se opuseram.

Pela sua dedicação, em 9 de dezembro de 1990, foi ordenado como diácono permanente e passou por várias igrejas em Cajamar, Louveira, Campo Limpo Paulista e Jundiaí. E, em 1995, Dom Roberto ordenou Brombal como presbítero da igreja.

Aos 90 anos, ele participa das celebrações das missas na Catedral e também atende todos os dias no confessionário da igreja. “Aqui no confessionário eu me torno psicólogo, sociólogo, amigo, conselheiro, um pouco de tudo”, conta entre sorrisos.

Quando questionado a respeito da mudança em sua vida, ele relembra o quanto sempre foi feliz e considera tudo como um propósito. “Por favor, me ajude a agradecer a Deus, pois tenho muito pelo que ser grato. Eu tive um matrimônio muito feliz e não posso reclamar. A vida é bonita. A nossa vida é bonita. Muito bonita”, finaliza.