
Um milagre confirmado em Jundiaí é o responsável para que a Igreja Católica garanta a beatificação do padre Padre Francisco Maria da Cruz Jordan, em cerimônia marcada para o próximo dia 15, na Basílica de São João de Latrão, em Roma, na Itália. O casal jundiaiense Gisele Cardoso Santos e Fernando Ferreira da Silva, responsável pelo testemunho do milagre, foi convidado para acompanhar este momento.
Grávida no início de 2014, Gisele foi informada pelos médicos de que o bebê sofria de displasia esquelética – uma doença que afeta os ossos e provoca baixa estatura. Havia suspeita, também, de que houvesse um tumor placentário.
Ela faz parte da família salvatoriana desde adolescente, por isso conhece toda a história de padre Jordan. Alemão nascido na aldeia de Gurtweil, na Floresta Negra, em junho de 1848, ele foi responsável por fundar, em Roma, a Sociedade do Divino Salvador. Ele faleceu dia 8 de setembro de 1918.

A chegada ao Brasil dos salvatorianos aconteceu em 1896 e, no Estado de São Paulo, Jundiaí foi a primeira cidade a recebê-los, em 1922. Três anos depois, foi criado o primeiro seminário salvatoriano do Brasil, em 1925, que recebeu o nome de Escola Apostólica Divino Salvador – o resultado foi o surgimento do Colégio Divino Salvador, que existe há mais de 65 anos na cidade.
Um sinal
“Durante a gestação, quando começaram as complicações, ficamos muito preocupados. No carro com meu esposo, após sair de um exame de ultrassom, comecei a chorar e disse: Padre Jordan vai me ajudar! Isso foi espontâneo. Lembro bem desse dia, estávamos a caminho da casa da minha mãe e, ao chegar, a primeira coisa que vi foi um livrinho do terço com a foto do padre Jordan. Para mim foi como um sinal, fiquei emocionada mais uma vez. Padre Jordan é um exemplo de fé, de confiança em Deus, a sua fé em Deus é inabalável. Isso fez com que nos apegássemos mais ainda em sua intercessão”, contou Gisele, em entrevista ao jornal “O Verbo” – publicação feita pela Diocese de Jundiaí.
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Junto com os amigos do grupo “A Caminho do Salvador”, o casal fez incessantemente as orações pedindo a intercessão do padre Jordan. “Eu tinha confiança em Deus de que a bebê nasceria, mesmo ela e eu correndo risco. Sabia que ela nasceria e que iríamos amá-la como fosse, mas dentro de nós pedíamos para Deus curá-la”, lembrou a mãe.
Lívia, que em 2021 completa 7 anos, nasceu sem qualquer vestígio da doença, exatamente no dia 8 de setembro – data em que os católicos comemoram a festa da Natividade de Nossa Senhora e lembram do aniversário de morte de padre Jordan.
Diocese de Jundiaí
Todo o processo para a confirmação do milagre foi feito pela Diocese de Jundiaí e presidido pelo bispo dom Vicente Costa, em novembro de 2015. Testemunhos do casal e de pessoas envolvidas com o caso, exames médicos e laudos foram juntados e enviados ao Vaticano – nove meses depois do início da apuração.
A autorização do Papa Francisco para que fosse promulgado o decreto relativo ao milagre saiu dia 19 de junho do ano passado. A Diocese de Jundiaí também ressaltou a beatificação do religioso alemão. “A cerimônia será presidida pelo Cardeal Giovanni A. Becciu, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. A Diocese de Jundiaí se alegra por esse acontecimento, dada a importante presença dos salvatorianos em sua história”.