Pesquisa de Jundiaí é tema de estudo pela OMS

Com o tema “Infecção vertical pelo Vírus Zika e suas repercussões na área materno-infantil”, o projeto de pesquisa desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) e Hospital Universitário (HU) foi inserido como assunto de estudo pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O foco foi investigar a transmissão do zika em gestantes e em crianças até três anos.

Esse estudo é pioneiro em todo mundo, por isso, garantiu o reconhecimento internacional de Jundiaí, que integra o Consórcio Nacional de Coortes de Zika. O grupo de pesquisa em Jundiaí se denomina Coorte ZIKA Jundiaí e integra uma rede de 28 polos de pesquisas específicas sobre o vírus.

“Nossa equipe técnica – que trabalha no projeto Zika – é referência internacional neste processo. A cidade caminha para ganhar cada vez mais protagonismo além do território nacional em vários setores, e a Saúde é um deles”, destaca o prefeito Luiz Fernando Machado.

Implantação da pesquisa
Foram acompanhadas mais de 600 gestantes durante a primavera e o verão, a fim de relacionar a relação do vírus e as consequências para as gestantes e os bebês. Segundo o médico Saulo Duarte Passos, Professor do Depto de Pediatria da Faculdade de Medicina de Jundiaí, que coordena a pesquisa, as crianças foram acompanhadas por quatro anos. “Hoje já estamos com mais de 800 mães”, completa.

Amostras de sangue, saliva e urina foram coletadas das gestantes até o final da gestação para verificar se havia presença do vírus zika, chikungunya e dengue, além de contatos por telefone para chegar se as mães apresentavam sintomas das doenças.

Resultados
Das 831 participantes, 58 apresentaram resultado positivo para a existência do vírus Zika. Foram realizados 794 partos, destes – 68 com microcefalia. A equipe multidisciplinar da FMJ segue acompanhando todos os bebês nascidos, a fim de investigar possíveis sequelas, não necessariamente a microcefalia, mas também alterações cerebrais como calcificações e ventriculomegalia, alterações nos olhos, audição e sistema musculoesquelético.

Esses resultados geraram impacto internacional para Jundiaí, que avança na ciência e pesquisa. Além disso, os dados foram apresentados em congressos e revistas, além de ter rendido parcerias com as universidades: Universidades Sul da Flórida, Universidade de Barcelona, London School e Universidade de Santiago de Compostela e com os mais importantes centros de pesquisa nacionais.

A pesquisa tem previsão para ser concluída no final deste ano, quando apresentará resultados efetivos sobre o tema.

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