
A criação da Política Municipal de Apoio às Ações de Economia Solidária Voltadas à Saúde Mental traz um alento às famílias atendidas pela rede de atenção à saúde mental de Jundiaí, no sentido de dar oportunidades para a geração de renda e novas ocupações, com cursos e especializações.
O projeto de lei da Prefeitura foi aprovado pela Câmara Municipal, dia 2 de março, porém, desde 2017 as iniciativas de empreendimento são oferecidas nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), por meio de grupos de artesanato e culinária.
Moradora do bairro Cecap, Joselaine da Fonseca produz pão de mel para vender e gerar renda. Ela participa, desde 2019, de cursos culinários e conta as novas oportunidades que surgiram. “O que eu mais gostei foi aprender o passo a passo na preparação e lucrar com o aprendizado, além de ter conhecido novas pessoas. Por conta da pandemia, parei as atividades, mas pretendo voltar assim que der”, garante Joselaine.
Aproximadamente 2,5 mil pessoas fazem parte dos atendimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Com a nova política municipal, serão criados grupos de geração de renda nos seguintes locais: CAPS III Sem Fronteiras, CAPS II Bem Viver, CAPS AD III Maluco Beleza, CAPS Infanto Juvenil É Liberdade e CECCO. Boa parte da população pode se beneficiar. Porém, é válido ressaltar que as indicações dos participantes ocorrem a partir da discussão do caso com as equipes dos locais.

Fortalecer
Com o reconhecimento de tal iniciativa, o poder público garante suporte e espaços de comercialização para os produtos dos Empreendimentos Solidários, como feiras e eventos municipais em espaços públicos e privados. “Desta forma, buscamos fortalecer as iniciativas de geração de renda já existentes e a implantação de novas iniciativas, de forma articulada”, explica Adriana Carvalho Pinto, psicóloga e assessora da Coordenação de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas de Jundiaí.
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Com a aprovação da atual política pública, estas ações passam a ser compreendidas como estratégicas para o desenvolvimento do cuidado às pessoas com transtorno mental. “O acesso ao trabalho e à renda é um dos pilares da reabilitação psicossocial e contribui para a autonomia e circulação das pessoas com sofrimento mental em outros lugares sociais, para além da condição de “doente”, ou “incapaz””, conta a psicóloga.