O projeto MobiZika proporciona momentos emocionantes para crianças com paralisia cerebral, como a pequena Yara, de cinco anos, que recentemente percorreu uma curta distância sozinha em seu carrinho elétrico adaptado. Este programa, financiado pelo Ministério Público do Trabalho — Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região Campinas —, busca oferecer maior autonomia e qualidade de vida para crianças entre um e seis anos, especialmente aquelas afetadas pela Síndrome Congênita do Zika Vírus.
O MobiZika nasceu de uma parceria entre o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) e a Prefeitura de Jundiaí, mediada pela Rede Jundiaí de Cooperação. O objetivo é atender as crianças participantes da Coorte ZIKA Jundiaí, um estudo pioneiro liderado pelo pediatra Prof. Dr. Saulo Passos.
A iniciativa reuniu instituições como o Hospital Universitário (HU), o Centro Universitário Padre Anchieta (UniAnchieta) e a Amarati para viabilizar a adaptação de dez carrinhos motorizados. Os primeiros equipamentos foram entregues em maio de 2024 e já estão transformando vidas.
Treinamento para a autonomia
Nesta segunda etapa do projeto MobiZika, as crianças estão sendo treinadas para usar os carrinhos de forma autônoma. Segundo o fisioterapeuta Fábio Valente Rizzo, mestrando da Faculdade de Medicina de Jundiaí, o objetivo é capacitar os pequenos a acionarem, pararem e guiarem os carrinhos, promovendo o desenvolvimento cognitivo e motor. Além disso, os cuidadores também recebem treinamento para controlar os dispositivos remotamente.
O treinamento, que acontece ao longo de oito semanas na UniAnchieta, não se limita ao uso do equipamento. Ele representa um passo significativo na socialização das crianças, permitindo que frequentem parques e outros espaços públicos de forma independente.
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O impacto do MobiZika no desenvolvimento infantil
Filipe Baptista Pires, diretor de Pós-graduação no UniAnchieta e um dos coordenadores do projeto, explica que o MobiZika vai além do aspecto lúdico. “A ferramenta não é apenas um brinquedo; é parte do processo de evolução motora dessas crianças. Nos próximos dois a três anos, acompanharemos a evolução individual e avaliaremos como o carrinho pode contribuir para o desenvolvimento cognitivo e motor delas”, destacou.
Para Grasiele de Oliveira Silva, mãe da pequena Yara, o projeto já trouxe esperança e felicidade. “Ela conseguiu apertar o comando sozinha. Foi emocionante! Agora, minha filha poderá brincar no parque e se divertir. Esse carrinho é um presente”, celebrou.
O prefeito Luiz Fernando Machado também ressaltou a importância da iniciativa. “Este projeto é um investimento em saúde pública e na primeira infância. Ele transforma a vida dessas crianças e famílias, promovendo inclusão e participação social. Somos gratos a todos os parceiros e profissionais envolvidos.”
O MobiZika representa um marco no apoio às crianças com necessidades motoras específicas, destacando o impacto positivo da união entre instituições públicas, privadas e acadêmicas. Com o potencial de transformar a realidade de muitas famílias, o projeto reforça a importância de investimentos em iniciativas que promovam autonomia, inclusão e qualidade de vida.
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