
A revitalização do Centro de Jundiaí ganhou um marco simbólico: a retirada do monumento das caravelas da Praça da Matriz. O anúncio aconteceu durante reunião da Comissão Especial de Fiscalização e Acompanhamento das Políticas de Desenvolvimento Econômico e Revitalização da Região Central.
O encontro reuniu moradores, comerciantes, técnicos e representantes do poder público. O debate reforçou a importância da integração entre governo e sociedade civil para transformar a região central em um espaço mais funcional, seguro e atrativo.
O destino das caravelas
Símbolo visual da Praça da Matriz há décadas, o monumento das caravelas será removido dentro do programa “Centro Limpo”, que integra o eixo de zeladoria urbana.
A engenheira civil Daniela Cola Gross, coordenadora do projeto, reconheceu a carga simbólica da decisão, mas destacou a prioridade da ação. “A retirada das caravelas é um projeto prioritário que nos treme as pernas, mas ele é um projeto prioritário que nós ‘daremos o bacon’ para fazer acontecer”, afirmou.
A Prefeitura de Jundiaí, por meio da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (SMPUMA), informou ao Tribuna de Jundiaí que a DAE retirará a escultura entre os dias 15 e 20 de outubro de 2025.
De acordo com a gestão municipal, a empresa realizará a manutenção das peças, que estão enferrujadas e sem conservação há muito tempo. Assim, após a restauração, a escultura será reinstalada no Parque da Cidade, “onde sua relevância histórica será melhor destacada”.
Um projeto amplo para o Centro
“Após a remoção da escultura, a Praça da Matriz receberá ações de curto prazo, com intensificação da zeladoria urbana, preparando o local para o Natal Luz 2025, e ações de médio prazo, com um projeto de requalificação da praça e seu entorno voltado à promoção de agenda cultural, atualização digital e fomento ao comércio e à gastronomia, tornando o espaço um ponto de encontro interessante para a população”, destacou a Prefeitura.
GT Centro, Comitê técnico instalado inicialmente no Centro das Artes, conduzirá o programa de revitalização e coordenará todas as etapas do projeto em conjunto com as Secretarias de Mobilidade, Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico, Cultura e Turismo.
O programa de revitalização busca enfrentar problemas históricos como degradação, insegurança e perda de vitalidade econômica. A retirada das caravelas é apenas uma das ações previstas. Confira como está estruturado:
- Zeladoria Urbana: programa “Centro Limpo”, melhorias na iluminação, presença fixa da Guarda Municipal, vigilância digital, rota segura para mulheres e políticas inclusivas para populações vulneráveis.
- Habitação: construção de Habitação de Interesse Social (HIS), retrofit de prédios históricos, aluguel social, pesquisa de interesse de moradores e revisão de alíquotas do IPTU.
- Requalificação Urbana: modernização das praças da Matriz e da Bandeira, criação de ruas temáticas, eventos culturais e soluções baseadas na natureza.
- Mobilidade Urbana: prioridade ao pedestre, criação de ruas exclusivas para circulação a pé, adequação das linhas de transporte, incentivo ao ciclismo e estudo de micro-ônibus para conectar bolsões de estacionamento.
Governança e participação social
O programa contará com um Gabinete do Centro, reunindo 13 secretarias municipais, entidades civis, OAB, associações de engenheiros, comerciantes e moradores, com o objetivo de garantir gestão integrada e governança compartilhada.
Além disso, a comissão defende transparência no uso de recursos de financiamentos já contratados (CAF, BNDES e PAC), além de incentivos fiscais para atrair novos empreendimentos. Formarão um comitê externo para acompanhar e validar as ações.
Desafios e próximos passos
Entre os principais desafios estão recuperar a confiança da população, conciliar diferentes visões para o futuro do Centro e integrar o programa às discussões do novo Plano Diretor, previsto para o final do ano.
De acordo com a engenheira Daniela Cola Gross, o objetivo é transformar a região em um espaço de convivência e vitalidade. “Queremos um centro que seja um espaço de convivência, cultura, comércio, para moradores e pedestres, com calçadas boas, limpo, seguro, inclusivo e conectado com tecnologia.”
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