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Foto: Roberto Sungi

A Etec Benedito Storani, em Jundiaí, receberá em setembro as primeiras mudas da uva Incrocio Manzoni, casta italiana de destaque na produção de vinhos frizantes. A variedade será cultivada no vinhedo experimental Vigneto Italia, como parte do trabalho desenvolvido no Centro de Enologia do Estado de São Paulo, vinculado ao Centro Paula Souza (CPS).

A iniciativa é resultado da parceria com o Instituto de Viticultura e Enologia Isiss G.B. Cerletti, de Conegliano, na Itália, a mais antiga escola de enologia do país, e conta com o apoio do Instituto de Culinária Italiana para Estrangeiros (ICIF) no Brasil.

Formação técnica e vitivinicultura baseada em ciência

Segundo Clóvis Dias, diretor-superintendente do Centro Paula Souza, a ação reforça a missão da instituição em unir ensino técnico de qualidade à inovação no campo.

“A parceria com o instituto de Conegliano reforça nosso compromisso com a formação técnica de excelência e o desenvolvimento da vitivinicultura regional baseada em ciência e inovação”, destacou.

O projeto busca adaptar variedades italianas de ciclo curto ao terroir paulista, ampliando a diversidade de uvas cultivadas no estado e fortalecendo a produção de vinhos diferenciados.

Masterclass celebra chegada da variedade

Para marcar a chegada da Incrocio Manzoni, o Vigneto Italia promoveu nesta terça-feira (29) uma masterclass com degustação técnica de rótulos produzidos na Itália: Collalto – Incrocio Manzoni Bianco 6.0.13 e Collalto – Incrocio Manzoni Rosa 1.50 — cujas mudas passarão a integrar o vinhedo da escola.

“Enxergamos cada nova variedade que chega ao nosso vinhedo como uma oportunidade de ampliar o campo experimental da Etec, de aproximar nossos alunos de uma viticultura de padrão internacional, com potencial real de aplicação ao cenário paulista”, afirmou Maycon Geres, vice-diretor-superintendente do CPS.

O evento contou com a presença do professor e coordenador do projeto, Eduardo Alvarez, e a participação remota do enólogo italiano Andrea Affili, diretor da vinícola Conte Collalto — reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco. Os convidados ainda visitaram os laboratórios e instalações do Centro de Enologia da unidade.

Intercâmbio com a Itália forma novos talentos

O Vigneto Italia iniciou em 2024 o plantio de variedades autóctones italianas, começando pela Tocai Rosso. Estão previstas ainda as uvas Croatina, Corvina, Durella, Vermentino e Malvasia del Lazio.

As atividades fazem parte da formação dos estudantes do curso técnico em Viticultura e Enologia, que atuam desde o preparo do solo até o manejo das mudas.

“Cada etapa que podemos apresentar é indispensável para ampliar a visão dos jovens sobre o setor e o que os espera no mercado”, explicou o professor Eduardo Alvarez.

Além das cultivares italianas, a Etec já cultiva variedades adaptadas ao Brasil, como Sauvignon Blanc, Merlot, Syrah e Cabernet Franc.

Mauro Zardeto, representante do Instituto Cerletti, celebrou a iniciativa: “É uma satisfação ver nossas variedades sendo cultivadas em solo brasileiro com tanto cuidado técnico e espírito de intercâmbio. Acreditamos que esse projeto tem grande valor educacional e cultural para ambos os países.”

Uva Incrocio Manzoni: tradição e inovação no mesmo cacho

Desenvolvidas na década de 1930 pelo professor Luigi Manzoni, em Conegliano, as uvas Incrocio Manzoni são fruto de cruzamentos planejados entre castas nobres. As mais conhecidas são:

  • Manzoni Bianco 6.0.13 – combinação entre Riesling Renano e Pinot Bianco
  • Manzoni Rosa 1.50 – resultado do cruzamento entre Trebbiano e Traminer

Essas variedades são muito utilizadas na produção de vinhos frizantes e tranquilos, destacando-se pelo perfil aromático expressivo e elegância.

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