Bombeiros de Itupeva controlam o fogo com apoio da Defesa Civil. (Foto: Prefeitura Municipal de Itupeva)
Bombeiros de Itupeva controlam o fogo com apoio da Defesa Civil. (Foto: Prefeitura Municipal de Itupeva)

Itupeva, Várzea Paulista, Jundiaí e Campo Limpo Paulista registraram diversas ocorrências de incêndio em vegetação nesta primeira semana de outubro. Os focos, que mobilizaram o Corpo de Bombeiros das quatro cidades, alertam para um problema grave que fica ainda mais preocupante nesta época do ano, em que a umidade do ar não está em níveis adequados: o incêndio criminoso.

Quando o tempo está quente e seco, é possível que haja a ignição natural do fogo, mas não é o que acontece na maioria das vezes. Segundo o Corpo de Bombeiros de Itupeva, o incêndio que atingiu a região do condomínio Inhandjara no dia 1º de outubro não é um caso raro, ele começou a partir da intervenção humana. “Não sabemos ao certo, mas é possível que o fogo tenha começado a partir de uma bituca de cigarro, descartada próxima ao condomínio”, fala o sub-tenente Tenório, quem atendeu a ocorrência.

O incêndio em Itupeva foi um dos mais significativos, com mais de 700 mil metros de área queimada. “Estimamos que 5% do total corresponda à mata nativa”, conta.

Na cidade, no mesmo dia do fogo na Serra do Inhandjara, outras seis ocorrências foram registradas pelos Bombeiros. “O incêndio em mata apresenta diversas dificuldades, especialmente os que acontecem em região de serra. Há a questão da dificuldade do acesso e o desgaste dos agentes em subir os morros mais íngremes com todo o equipamento necessário. Durante a noite, a preocupação é redobrada. Os membros da equipe podem sofrer com picada de animais peçonhentos ou cair em poços perfurados ilegalmente, que não possuem qualquer tipo de sinalização”, explica.

O acesso ao terreno que está sendo consumido pelo fogo também foi uma dos principais desafios encontrados pelo Grupamento de Bombeiros Civis Voluntários de Várzea Paulista que, na última quarta (3), atuou no combate ao fogo no Parque Chico Mendes.

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O incêndio, mais uma vez criminoso, foi fruto de uma fogueira ilegal. “O difícil acesso impossibilita o trabalho dos Bombeiros e os coloca em risco, por isso, fizemos um trabalho de monitoramento e contenção pelas laterais”, explica o comandante Vargas. O grupo deixou o local às 2h30 da sexta-feira (4), aproximadamente sete horas depois da primeira notificação de fogo no local.

Tenório e Vargas são taxativos quando o assunto é prevenção. “Educação e cultura”, fala Tenório. “É preciso que os mais novos sejam educados sobre as práticas que prejudicam o meio ambiente. Se a gente não mudar a educação, nada muda”, defende.

Vargas ressalta que o fogo faz parte do processo de renovação da vegetação, mas que o de origem criminosa destrói. “Precisamos ter a cultura de pensar que a casa é de todos nós”.