
A palavra “superação” define a pernambucana Francisca Alves Pereira, 44 anos, moradora do bairro Jardim Paulista, em Várzea Paulista. Após perder um braço, ela faz pães, faxinas, sobrancelha, artesanatos e ainda cuida de uma horta.
Em 2003, Francisca foi cuidar de sua mãe em Pernambuco, que tinha sofrido um derrame e estava com dengue hemorrágica, com seus dois filhos mais novos e sofreu um acidente de ônibus. “Acordei com um barulho horrível e disse: Deus me ajuda!”, recorda.
Já no hospital, Francisca demorou para se dar conta que tinha perdido o braço. “Eu não pensei no meu braço, pensei apenas nos meus filhos Paulo Henrique e Alan. Não pensei em mim e nem no que estava acontecendo comigo”, diz.
Infelizmente, Francisca perdeu um dos filhos no acidente, Paulo Henrique, de apenas 1 ano. “Deus me deixou viva para cuidar dos meus outros dois filhos, Alan que saiu sem nenhum arranhão, e da Karina que tinha ficado em casa”, afirma.
“Mudou minha vida”
Após receber alta, Francisca já encarou um de seus primeiros desafios: escrever uma carta para sua mãe falando sobre o acidente. “Mandei a carta para mamãe e decidi que não desistiria”, lembra.
“Nos primeiros dias sentia muita dor, mas aos poucos comecei ajudar minha irmã, lavando louça, arrumando a cama, limpando uma casa”, diz Francisca. “Deus me ensinou tudo de novo”, completa.
Francisca conta que o salário que ganha não é o suficiente para manter a casa, então ela começou a fazer artesanatos, faxinas, modelar sobrancelhas e até mesmo as unhas de algumas amigas. “Sempre recebi ajuda pelo meu esforço”.
“Eu não tinha dinheiro nem para comprar um tanquinho usado. Minhas roupas eram lavadas na mão, colocava um plástico no chão com uma bacia de água, segurava a roupa com o dedão do pé e com a mão esfregava. Na hora de torcer, prendia com a perna e segurava com a mão”, detalha.
Sonhos
“Sempre gostei de cozinhar. Com um braço consigo descascar cenoura, batata, cortar cebola bem fininha. Faço tudo que tenho vontade e não paro de superar meus limites”, diz orgulhosa.
Com toda dedicação, Francisca começou a fazer pães e rosquinhas para vender no bairro. “Se você não tem força de vontade, você não faz”, destaca.
Mas toda esta força de vontade tem um preço, segundo Francisca ela acaba forçando muito o braço esquerdo, por isso, sente dores e precisa fazer academia pelo menos uma vez por semana para fortalecer os músculos.
Agora, Francisca sonha em ter uma máquina de fazer pães para não sofrer tanto com dores. “Se eu tivesse condição, já teria comprado. É o meu sonho, mas tenho fé que vou conseguir”, afirma.

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