
Hoje, 8 de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher e nada melhor do que uma história de conquista para nos inspirarmos, não é mesmo?
A história é de Bruna Regina Carvalho Pinto, de 22 anos, estudante de agronomia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mas tudo começou lá nas escolas rurais CEMEB Fazenda Mursa e Sítio do Rocha, em Várzea Paulista (SP), que trouxeram à tona valores respeitosos, principalmente em relação ao meio ambiente, onde surgiu a paixão pela agronomia.

Depois de passar pelas escolas rurais, Bruna ingressou na Escola Estadual Mitiharu Tanaka e, no terceiro ano do Ensino Médio, começou a se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Bruna recorda que, neste período, ela não tinha internet em casa e, por isso, precisou desenvolver uma rotina que favorecesse seus estudos. Cursando o Ensino Médio à noite, pela manhã ela fazia estágio no Fórum de Várzea Paulista e, de tarde, estudava no laboratório de informática da escola, e aos sábados fazia um cursinho particular no município vizinho.
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E no começo de 2018, com as notas divulgadas, Bruna viu que não tinha sido aprovada em nenhum lugar, mas estava na lista de espera. Sendo assim, ele conheceu o Cursinho Para Todos e decidiu ingressar nele.
Cada vez mais apaixonada pelas aulas, o seu rendimento melhorou e, no meio do ano, foi aprovada para Engenharia Sanitária e Ambiental na USFM e, com isso, precisou se mudar para o Rio Grande do Sul. Depois de ingressar na faculdade, resolveu retribuir toda sua gratidão ao Cursinho Para Todos, tornando-se voluntária.
“Sempre quis retribuir o que fizeram pra mim, o cursinho sempre me ajudou a querer ser uma pessoa que mudasse a realidade da minha família e, depois, da comunidade estudantil de baixa renda”, explica a universitária.

No entanto, em 2019, decidiu recomeçar nos estudos, prestou Enem novamente e começou a frequentar, de modo on-line, às aulas do Cursinho Para Todos.
“O Cursinho Para Todos me ajudou em toda a preparação para o Enem, desde a organização dos estudos até as correções das redações, além do apoio emocional”, recorda.
Mas foi em 2020 que ela recebeu a notícia tão esperada: ela havia sido aprovada na UFSM e no Instituto Federal de São Vicente do Sul, no curso de Agronomia.
Toda essa persistência e dedicação são frutos plantados por sua mãe, Marivalda Gomes de Carvalho, que apoiou Bruna desde sempre em seus sonhos. “Ela me apoiou sem questionar nada, até hoje ela é assim. E se hoje estou aqui, se terei um diploma, é pelo trabalho suado dessa guerreira”, afirma.

Atualmente, a maior dificuldade em morar em outro estado é a saudade de sua mãe, pai, padrasto e irmão: “Eles são minha base e minha saudade diária”.
Bruna diz que se sente realizada e afirma que o lugar de todos alunos das escolas públicas é em universidades federais. “Muitos acham que por não termos condições de estudo, por ter um sistema de ensino sucateado, não iremos alcançar uma vaga em uma federal, mas podemos mudar o rumo que escreveram para nós”.

E para as meninas e mulheres que desejam ingressar em uma federal, Bruna deixa um recado:
“Persista e nunca desista, tinha isso na parede do meu quarto. Mesmo quando preciso recalcular a rota ou fazer sacrifícios, tenha fé e faça com o coração, dê o seu melhor porque você estará realizando o seu sonho. E outra coisa é ser grato, retribuir à sociedade aquilo que te ofereceram de melhor, seja uma palavra ou apoio, porque ninguém alcança o sucesso sozinho”.