Psicóloga Karolina Souza Cruz
Foto: Prefeitura de Várzea Paulista

A luta contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes exige vigilância constante do poder público e da sociedade. Denunciar é um passo fundamental para que os agressores sejam responsabilizados e para que os crimes deixem de ser invisíveis, reduzindo a sensação de impunidade.

Em Várzea Paulista, o primeiro semestre de 2025 apresentou uma leve queda nos registros oficiais: foram 29 casos confirmados, três a menos que no mesmo período de 2024. Apesar da redução, especialistas alertam que a maioria das ocorrências não chega às autoridades — e essa realidade precisa mudar.

A importância da escuta protetiva

Durante a abertura da campanha Maio Laranja, em 8 de maio, a psicóloga Karolina Souza Cruz, especialista em terapia cognitivo-comportamental, destacou a relevância da escuta protetiva no acolhimento das vítimas.

“Muitas vezes, a criança pode fazer essa revelação a uma servidora da alimentação escolar, por exemplo”, explicou.

Segundo ela, é essencial que todos os profissionais que atuam com crianças e adolescentes estejam preparados para acolher relatos e encaminhá-los corretamente.

“O profissional que ouve o relato de violência pela criança ou adolescente deve saber como acolher o caso e direcioná-lo ao responsável pelo equipamento público, para que possa ser feito todo o atendimento adequado, de acordo com o que orienta a lei, e que as autoridades judiciárias também possam agir, a fim de que o agressor seja responsabilizado”, afirmou.

Em Várzea Paulista, a escuta protetiva é feita pelo Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). O serviço avalia as vulnerabilidades da família e encaminha o caso às autoridades judiciais, que investigam em detalhes por meio de interrogatórios.

Lei e conscientização

Karolina reforçou a importância da Lei 13.431/2017 e do Decreto 9.603/2018, que determinam que a escuta seja feita por servidores capacitados e designados especialmente para esse tipo de atendimento.

Ela também ressaltou a necessidade de conscientizar crianças sobre quais comportamentos são inadequados, para que possam denunciar. Dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelam que apenas 8,5% dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes são denunciados, índice considerado alarmante.

Onde buscar ajuda?

Quando o Conselho Tutelar recebe uma denúncia, o caso é registrado, a vítima é atendida e o risco imediato é avaliado. Em situações de violência sexual, há encaminhamento para a Delegacia da Mulher (DDM), Delegacia de Polícia, Creas, órgãos de Saúde e Ministério Público.

O atendimento é integrado e busca garantir proteção, investigação e responsabilização do agressor.

Como denunciar?

  • Disque 100: canal nacional de denúncias de violação de direitos humanos.
  • Conselho Tutelar de Várzea Paulista: (11) 4595-8555.

Os canais funcionam 24 horas por dia e asseguram o anonimato de quem denuncia.

📝 Participe do nosso grupo exclusivo de vagas de empregos e receba diariamente as novidades direto no seu WhatsApp! Acesse e faça parte da nossa comunidade 👉 https://bit.ly/Tribuna-de-Jundiaí-Emprego-4

[tdj-leia-tambem]