
De traço em traço, colorindo um papel, Allice mostrou que incluir é fácil, muito mais do que se imagina. Foi isso o que ela ensinou a todos ao criar um desenho em que Vitor, um amiguinho da escola com paralisia cerebral, faz parte de sua família.
“Como ela ainda não é alfabetizada, sempre a ajudo com os nomes dos membros da nossa família. Quando ela me disse que a imagem colorida era o Vitor, fiquei emocionada”, conta a mãe, Ana Paula Argenton, moradora de Várzea Paulista e colaboradora do Hospital Universitário de Jundiaí.
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Ana Paula lembra que a garotinha de 5 anos sempre chegava da escola dizendo que “amava o Vitor”. Curiosa, a mãe descobriu quem era o tão amado Vitor em um dia, na saída do colégio, quando Allice o apontou. “Ela nunca me perguntou porque ele usava uma cadeira de rodas, por exemplo. Mesmo que ele não falasse, ela o via simplesmente como um amiguinho da escola”, explica.
Andrea Fazan, mãe do pequeno Vitor de 4 anos, disse que o filho sempre está rodeado de amigas, mas nada como a amizade entre ele e a Allice. “Quando eles nos convidaram para ir até a casa da família para brincar, foi uma verdadeira surpresa. Ninguém nunca nos convidou para uma festa de aniversário.”, conta Andrea.
Enquanto Allice adapta as brincadeiras para incluir Vitor integralmente, ele a acompanha com os olhos, fica agitado e abre um sorriso. Ela pode até sair de perto dele por alguns minutos, mas logo volta, pega na mão dele e assegura a Vitor que ela está lá.
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A amizade é tão importante que tem ajudado Vitor em atividades do dia a dia. Andrea conta que leva o desenho feito por Allice nas sessões de fisioterapia e que quando ela mostra a pintura ao filho, ele se sente mais motivado a concluir os exercícios. “Essa interação com outras crianças só traz benefícios”, explica. E não apenas para o Vitor. A mãe conta que ir à casa da Allice a fez sentir pura e simplesmente, mãe. Como qualquer outra.
Ana Paula, mãe da menina, também sente que essa amizade é uma verdadeira lição aos adultos. “Criança precisa ser tratada como criança, sem diferenciações. Esse é o olhar que precisamos ter e é isso é o que mais aprendi com a Allice”, conclui.
 
					

 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		