
Depois de quase um ano do crime, veio a tona o conteúdo de uma carta escrita pelo homem preso por matar a esposa grávida durante o sexo, em Várzea Paulista. O crime aconteceu em dezembro de 2019 e na “carta de despedida”, Marcelo Augusto de Sousa Araújo se passou pela vítima para forjar que o casal teria “decidido partir junto”.
Em um dos trechos da carta, ele relata que o relacionamento do casal não teria o apoio das famílias. “Queríamos família junta nos apoiando, mas é um inferno tanto dos dois lados. Que vocês sintam o peso do que nos fizeram passar”.
O Ministério Público denunciou Marcelo pelo feminicídio de Francine Rigo dos Santos. Assim, no dia 7 de agosto deste ano, foi determinado pelo juiz que o rapaz deve ser julgado pelo Tribunal do Júri. A defesa chegou a recorrer da decisão e os autos foram para o Tribunal de Justiça. No entanto, a decisão da primeira instância foi mantida pelos desembargadores no dia 30 de novembro.
De acordo com o laudo necroscópico do dia 16 de setembro, a vítima sofreu um corte na garganta, fratura no punho direito e traumatismo craniano. Anteriormente, o réu afirmou, durante interrogatório, que utilizou uma lâmina para matar Francine durante uma relação sexual.

O crime
Em 22 de dezembro de 2019, Marcelo Araújo matou Francine e chegou a fazer publicações nas redes sociais se passando pela vítima. A família tentou contato com a jovem no dia 23 e, não conseguindo, foi até a casa em que o casal morava. Os parentes arrombaram a porta e encontraram o corpo de Francine, a casa suja de sangue e Marcelo, que tinha ferimentos nos pulsos e no pescoço, depois de tentar se matar.
As autoridades foram chamadas e ele foi levado a uma unidade de atendimento de Várzea Paulista, e logo depois encaminhado para a delegacia. De acordo com informações apuradas pelo G1, Marcelo contou que os casal chegou a discutir no dia 22 de dezembro sobre a ceia de Natal e sobre a gravidez de Francine.
No dia 23, de madrugada, o texto foi publicado no perfil do Facebook da vítima. No entanto, Francine foi morta por volta das 10h do dia 22, segundo a polícia, e não teria feito a postagem.
Ao ser questionado pela polícia, Marcelo chegou a apresentar várias versões do que teria acontecido na casa, no dia 22 de dezembro. Mas depois confessou ter matado a esposa, depois de uma discussão que começou quando Francine contou que estava grávida.