Cidadão abre aplicativo no celular ao auxílio emergencial ao trabalhador
(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil).

A partir desta terça-feira (6), começa a ser pago o novo auxílio emergencial e, de acordo com o governo federal, é estimado que as novas parcelas injetem R$ 44 bilhões na economia. No entanto, especialistas afirmam que o impacto do novo auxílio ainda será menor que em 2020.

“O novo auxílio emergencial tem um caráter assistencialista, e não de impulso fiscal”, afirma a economista Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, ao R7.com.

Essa nova rodada do benefício pagará quatro parcelas de com valor máximo de R$ 375 para mulheres chefes de família, e valor mínimo de R$ 150 para quem mora sozinho. Assim, o total de pessoas que receberão o auxílio chegará a 45,6 milhões.

Já em 2020, tiveram duas rodadas do auxílio emergencial. A primeira contou com cinco parcelas de R$ 600. Depois, o benefício foi estendido para mais quatro parcelas de R$ 300. Na ocasião 67,9 milhões de brasileiros foram beneficiados.

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Segundo o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o pagamento do novo auxílio deve aquecer a economia com aumento no consumo. Em 2020, apenas através do aplicativo Caixa Tem, o auxílio emergencial movimentou as vendas em lojas e supermercados diretamente, em R$ 47,6 bilhões, sendo R$ 35,5 bilhões em compras por cartão virtual e R$ 12,1 bilhões em QR Code.

“Como aconteceu ano passado, faremos esse pagamento rápido, de uma maneira ágil, que terá benefício por esse consumo quase integral de R$ 44 bilhões”, afirmou em entrevista à RecordTV.

O economista Jean Malta, assessor e sócio da Valor Investimentos, avalia que o uso do dinheiro para movimentar o comércio não se encaixa neste cenário atual. “Diferentemente do ano passado, quando boa parte do recurso foi destinada ao consumo, agora as famílias devem usar o dinheiro para pagar contas atrasadas, já que estão há três meses sem receber, sobrando muito pouco para algo que aceleraria o crescimento do Brasil.”

Sem novos cadastros

Além de ter o valor inferior ao ano passado, o auxílio emergencial de 2021 também deverá alcançar menos beneficiários. A nova rodada não abrirá novas inscrições para as pessoas que ficaram de fora do auxílio de 2020. Assim, receberão as quatro parcelas deste ano apenas quem já estiver inscrito no Cadastro Único, pelo app da Caixa ou Bolsa Família.

Confira o calendário de pagamento das quatro parcelas do novo auxílio emergencial, clicando aqui.

Com a alta do custo de vida e aumento dos preços dos alimentos devem impor um menor poder de compra das pessoas que receberão o auxílio. De acordo com um levantamento de pesquisa mensal da Fundação Procon-SP, o preço médio da cesta básica foi de R$ 786,51 para R$ 1.014,63, um aumento de 29%.

“Os preços dos alimentos, energia, gás e combustível tiveram reajuste considerável. Com o baixo valor do auxílio, o alto índice de pessoas desempregadas e o isolamento social, é inevitável que a gente terá um aumento da inadimplência”, avalia a CEO especialista em dados da plataforma de análise de crédito Vadu, Michel Varon.