
O ministério da Economia discute a prorrogação do auxílio emergencial, que deve beneficiar menos pessoas e ser pago em um novo valor. A princípio, a equipe econômica considera R$ 200 um valor “mais viável”. Além disso, para restringir o público que receberia o auxílio este ano, outra proposta pagaria apenas aos beneficiários do Bolsa Família e os brasileiros na fila de espera do programa.
De acordo com o ministro Paulo Guedes, 20 milhões de pessoas atualmente recebem o Bolsa Família. Agora, precisam atender os chamados “invisíveis”, que ainda sofrem os efeitos causados pela pandemia da Covid-19. Nesta quinta-feira (4), Guedes ainda informou que a nova rodada do auxílio emergencial ficaria restrita à metade do total de 64 milhões de pessoas que receberam o benefício até o final de 2020.
O ministro também disse que defende a concessão do auxílio emergencial com o acionamento do estado de calamidade pública. Dessa forma, as despesas com novas parcelas do benefício saem do teto de gastos. A regra limita que as despesas cresçam acima da inflação.
Como primeira medida do “protocolo de crise”, que será adotado pelo Ministério da Economia para evitar o agravamento da pandemia, o órgão antecipou para fevereiro o pagamento do abono salarial, previsto para março. A lista deve incluir ainda a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS, além da definição de uma nova rodada do auxílio.
Extensão do auxílio
Conforme dito algumas vezes por Jair Bolsonaro, o presidente não concorda com a extensão do pagamento do auxílio. No entanto, no Congresso, governistas e opositores veem como urgente a retomada do benefício. Assim, seria possível aliviar as consequências sociais e econômicas da pandemia no Brasil. Depois das eleições do comando do Congresso, a pressão se intensificou.
As primeiras menções à viabilização da prorrogação do benefício aconteceram na quinta-feira. Na conversa, estavam os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, junto do Ministro da Economia. De acordo com Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, a prorrogação deve restringir critérios que qualificam brasileiros a receberem as novas parcelas.
Barros diz que apenas quem realmente necessita do valor deve receber o pagamento. Nesse sentido, um bom local para identificar as pessoas da sociedade que deveriam receber o auxílio emergencial seria o cadastro das pessoas inscritas no Bolsa Família, segundo ele.
“Tem 5 milhões de famílias que estão na fila do Bolsa Família”, disse. “Pessoas precisando de ajuda neste momento são 5 milhões, que são aquelas que foram buscar ajuda”.