Mulher segurando uma sacola escrita “Black Friday” dentro de uma loja de calçados, com prateleiras exibindo diversos modelos de botas.
CDL Jundiaí vê crescimento moderado nas vendas da Black Friday, com alta prevista de 3% em novembro (Foto: Click_and_Photo/Canva)

A Black Friday de 2025 deve movimentar o comércio de Jundiaí com um crescimento moderado nas vendas, impulsionado por promoções reais e por um consumidor mais cauteloso, mas ainda disposto a aproveitar oportunidades. A projeção, acompanhada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Jundiaí (CDL), segue estimativas da FecomercioSP, que prevê alta de 3% no faturamento das atividades mais impactadas pela data no Estado de São Paulo, chegando a R$ 82,7 bilhões.

Embora positivo, o resultado é menos acelerado que o registrado em 2024, quando houve aumento de 10%. A diferença reflete o comportamento atual do consumidor brasileiro, que mantém o hábito de comprar, porém com escolhas mais seletivas diante de juros elevados, menor dinamismo do emprego formal e incertezas econômicas e políticas.

Consumo mais cauteloso influencia desempenho do varejo

Segundo a FecomercioSP, o consumidor está mais atento ao orçamento, evita gastos altos e prioriza produtos essenciais ou de menor valor. Esse cenário de cautela impacta diretamente a performance dos setores varejistas, que precisam investir em ofertas verdadeiras e estratégias de confiança para atrair o público.

Para a CDL Jundiaí, a tendência é clara: compras mais planejadas e foco em benefícios reais. “O consumidor está atento às promoções, mas age com responsabilidade. Isso reforça a importância de o comércio trabalhar com ofertas reais e atendimento diferenciado, garantindo confiança e movimentando a economia local”, destaca Edison Maltoni, presidente da entidade.

Setores que devem crescer na Black Friday 2025

Apesar da postura mais cuidadosa do consumidor, alguns segmentos devem registrar avanços relevantes:

Vestuário, tecidos e calçados — +5,2%

Com estimativa de R$ 11,68 bilhões em faturamento, esse é o setor que deve apresentar o maior crescimento, impulsionado por descontos agressivos e grande procura por itens de necessidade imediata.

Eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento — +3,2%

O segmento deve alcançar R$ 10,08 bilhões, impulsionado por consumidores que aguardam a Black Friday para reposição de eletrodomésticos ou aquisição de itens tecnológicos.

Farmácias e perfumarias — +2,6%

Com previsão de R$ 13 bilhões, esse setor mantém estabilidade com alta puxada por itens de autocuidado.

Supermercados — +2,8%

Ultrapassando R$ 46 bilhões, o setor segue forte com promoções em alimentos, produtos de primeira necessidade e eletrônicos de menor porte.

Setor de móveis e decoração deve sentir retração

O único segmento com projeção negativa é o de móveis e decoração, que pode fechar o mês com queda de 2%. A retração reflete a resistência do consumidor em assumir dívidas mais longas ou comprar itens de maior valor agregado, priorizando compras essenciais.

Impacto esperado em Jundiaí

Para o comércio local, a expectativa é positiva. A CDL acredita que a Black Friday deve aumentar o fluxo e o faturamento do comércio de rua e dos estabelecimentos associados, contribuindo para um fim de ano mais favorável.

Com consumidores mais atentos à qualidade das ofertas, boas estratégias de precificação, atendimento e comunicação devem fazer a diferença para os lojistas de Jundiaí durante o período.