
A Black Friday de 2025 deve movimentar o comércio de Jundiaí com um crescimento moderado nas vendas, impulsionado por promoções reais e por um consumidor mais cauteloso, mas ainda disposto a aproveitar oportunidades. A projeção, acompanhada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Jundiaí (CDL), segue estimativas da FecomercioSP, que prevê alta de 3% no faturamento das atividades mais impactadas pela data no Estado de São Paulo, chegando a R$ 82,7 bilhões.
Embora positivo, o resultado é menos acelerado que o registrado em 2024, quando houve aumento de 10%. A diferença reflete o comportamento atual do consumidor brasileiro, que mantém o hábito de comprar, porém com escolhas mais seletivas diante de juros elevados, menor dinamismo do emprego formal e incertezas econômicas e políticas.
Consumo mais cauteloso influencia desempenho do varejo
Segundo a FecomercioSP, o consumidor está mais atento ao orçamento, evita gastos altos e prioriza produtos essenciais ou de menor valor. Esse cenário de cautela impacta diretamente a performance dos setores varejistas, que precisam investir em ofertas verdadeiras e estratégias de confiança para atrair o público.
Para a CDL Jundiaí, a tendência é clara: compras mais planejadas e foco em benefícios reais. “O consumidor está atento às promoções, mas age com responsabilidade. Isso reforça a importância de o comércio trabalhar com ofertas reais e atendimento diferenciado, garantindo confiança e movimentando a economia local”, destaca Edison Maltoni, presidente da entidade.
Setores que devem crescer na Black Friday 2025
Apesar da postura mais cuidadosa do consumidor, alguns segmentos devem registrar avanços relevantes:
Vestuário, tecidos e calçados — +5,2%
Com estimativa de R$ 11,68 bilhões em faturamento, esse é o setor que deve apresentar o maior crescimento, impulsionado por descontos agressivos e grande procura por itens de necessidade imediata.
Eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento — +3,2%
O segmento deve alcançar R$ 10,08 bilhões, impulsionado por consumidores que aguardam a Black Friday para reposição de eletrodomésticos ou aquisição de itens tecnológicos.
Farmácias e perfumarias — +2,6%
Com previsão de R$ 13 bilhões, esse setor mantém estabilidade com alta puxada por itens de autocuidado.
Supermercados — +2,8%
Ultrapassando R$ 46 bilhões, o setor segue forte com promoções em alimentos, produtos de primeira necessidade e eletrônicos de menor porte.
Setor de móveis e decoração deve sentir retração
O único segmento com projeção negativa é o de móveis e decoração, que pode fechar o mês com queda de 2%. A retração reflete a resistência do consumidor em assumir dívidas mais longas ou comprar itens de maior valor agregado, priorizando compras essenciais.
Impacto esperado em Jundiaí
Para o comércio local, a expectativa é positiva. A CDL acredita que a Black Friday deve aumentar o fluxo e o faturamento do comércio de rua e dos estabelecimentos associados, contribuindo para um fim de ano mais favorável.
Com consumidores mais atentos à qualidade das ofertas, boas estratégias de precificação, atendimento e comunicação devem fazer a diferença para os lojistas de Jundiaí durante o período.