Rafael Cervone
Foto: Divulgação/ Ciesp

Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), expressou grande preocupação com a decisão do presidente norte-americano Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris e com suas declarações sobre o Brasil. Trump afirmou que “o Brasil precisa mais dos EUA do que o contrário”, gerando receios tanto ambientais quanto econômicos.

Cervone destacou que a retirada dos Estados Unidos, o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, pode enfraquecer seriamente o Acordo de Paris, incentivando outras nações a abandonarem compromissos climáticos. Ao assinar o acordo em 2015, os EUA comprometeram-se a reduzir em 28% suas emissões de gases e a destinar US$ 3 bilhões para apoiar países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas.

O descumprimento desses objetivos, segundo Cervone, trará prejuízos financeiros e ambientais significativos. Além disso, o anúncio de Trump sobre o aumento da produção de hidrocarbonetos agrava ainda mais a situação climática global. “Causam apreensão os atos e declarações do novo mandatário norte-americano em sua posse”, pontuou o presidente do Ciesp.

Relações comerciais entre Brasil e EUA sob ameaça

As declarações de Trump sobre o Brasil também preocupam, especialmente pelo contexto de possíveis medidas protecionistas. Durante sua campanha, Trump ameaçou impor tarifas mais altas sobre produtos importados, o que poderia impactar negativamente as relações comerciais entre os dois países.

Em 2024, as exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram US$ 40,33 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 40,58 bilhões, resultando em um pequeno superávit para os norte-americanos.

Dados da Amcham Brasil indicam que a indústria brasileira exportou um recorde de US$ 31,6 bilhões para os EUA em 2024, um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior. Os Estados Unidos seguem sendo, pelo nono ano consecutivo, os maiores compradores de manufaturados brasileiros, representando 78,3% do total exportado.

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Um apelo pela cooperação global

Cervone enfatizou a importância da cooperação internacional para enfrentar os desafios climáticos e fortalecer a economia global. Ele espera que os Estados Unidos reconsiderem sua posição e retornem ao Acordo de Paris.

“Diante do agravamento do aquecimento global e da importância do comércio bilateral entre Brasil e EUA, nosso segundo maior parceiro comercial, esperamos que os norte-americanos não adotem medidas protecionistas contra nossos produtos. Mais do que nunca, o planeta clama por um grande esforço na agenda do clima, por avanços na economia internacional e pelo entendimento de que precisamos todos uns dos outros para garantir um futuro melhor”, declarou.

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