Donald Trump em um terno escuro e gravata azul levanta o punho em um gesto confiante, com um leve sorriso no rosto, parado ao ar livre perto de veículos (dólar)
Foto: Reprodução / trumpwhitehouse.archives.gov

O retorno de Donald Trump ao poder impulsionou o dólar no cenário global. Após uma disputa, Trump foi eleito o 47º presidente dos Estados Unidos e, ao declarar a vitória nesta quarta-feira (6), anunciou que o lema de sua gestão será: “Promessas feitas serão cumpridas”. Entre suas principais promessas estão a redução de impostos e do déficit fiscal, além de políticas anti-imigração.

Estas medidas impactam não só a economia americana, mas também o mercado global. Trump afirmou que está comprometido em fazer os Estados Unidos “darem a volta por cima” e garantir uma era de prosperidade econômica. “Eu não vou descansar até devolver uma América segura e próspera que merecemos. Essa vai ser a era de ouro da América”.

Efeito imediato no mercado financeiro

Nesta manhã, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras moedas, subiu 1,8% por volta das 9h40, enquanto no Brasil o dólar comercial abriu em alta, sendo cotado a R$ 5,80. As bolsas americanas também apresentaram crescimento, com valorização nos rendimentos dos Treasuries e o bitcoin atingindo um novo recorde de US$ 73 mil.

Essa valorização reflete a expectativa dos investidores de que o segundo mandato de Trump trará políticas semelhantes às da sua primeira gestão, incluindo cortes de impostos, desregulamentação e tarifas comerciais, medidas que poderiam estimular o crescimento econômico e os lucros corporativos.

Segundo Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus, Trump propõe cortes de impostos para aquecer a economia, o que pode gerar preocupações com a inflação e com a saúde fiscal dos Estados Unidos. Além disso, Trump adota uma postura mais agressiva no comércio, especialmente com a China e a Europa.

Essa abordagem pode resultar em tensões comerciais, afetando economias interligadas com os EUA, como o Brasil.

Expectativas para as taxas de juros e o impacto no Brasil

Com um ambiente de alta de inflação, o Federal Reserve (Fed) terá menos espaço para reduzir as taxas de juros. O aumento das taxas favorece a valorização do dólar e aumenta a pressão nos títulos de renda fixa dos EUA. No Brasil, a alta do dólar, agora entre R$ 5,70 e R$ 5,80, eleva a preocupação com a inflação, uma vez que muitos produtos e commodities têm seus preços atrelados ao dólar.

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Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne para definir a taxa Selic, com expectativa de elevação de 0,5 ponto percentual.

Para Matthew Ryan, Head de Estratégia de Mercado da Ebury, uma vitória de Trump seria positiva para o dólar americano, especialmente sob uma vitória completa dos republicanos, pois os investidores imediatamente precificariam uma redução de impostos nos EUA elevação das taxas do Federal Reserve, maior protecionismo e riscos geopolíticos elevados.

Perspectivas para a economia brasileira

Volney Eyng, CEO da gestora Multiplike, destaca que, apesar da volatilidade do mercado, as mudanças reais serão limitadas. No caso do Brasil, uma eventual interrupção na queda dos juros americanos poderia impactar negativamente o país, especialmente considerando a pressão inflacionária.

Caso o Fed mantenha as taxas elevadas, isso poderá dificultar a continuidade de uma elevação gradual da Selic, tornando necessária uma alta mais acentuada. Se as taxas forem mantidas nos EUA, isso pode limitar a capacidade do Brasil de continuar aumentando a Selic de forma gradual, obrigando uma elevação mais acentuada, como um aumento de 0,50%.

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