Entregadores de SP protestam por vacina e outras condições de trabalho
Foto: Reprodução/FOLHAPRESS

A partir das 13h desta sexta-feira (16), motoboys da região metropolitana de São Paulo irão paralisar seus serviços e cerca de 5 mil profissionais devem participar de um protesto que percorrerá as ruas paulistas. A parada é pela reivindicação de melhores condições de trabalho.

De acordo com os organizadores do protesto, o principal motivo da manifestação é o aumento das taxas recebidas pelos entregadores por quilômetro rodado. A solicitação é de R$ 10 por até cinco quilômetros e mais R$ 2 para cada quilômetro adicional. Além disso, os profissionais reivindicam transparência dos aplicativos nas taxas.

André Mendonça é líder do movimento Entregadores Unidos e organizador do protesto. Segundo ele, “a conta não está fechando” para os motoboys e bikers paulistas. Mendonça explica que os entregadores trabalham pelo menos 10 horas por dia, e o ganho bruto mensal não chega a R$ 3 mil. Esse valor ainda cai pela metade, considerando combustível e manutenção do veículo utilizado para as entregas.

Tudo isso ainda é somado pela precarização da categoria, com a falta dos direitos trabalhistas. De acordo com um estudo da Remir Trabalho (Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista), da Unicamp, com a pandemia, os entregadores dobraram a carga de trabalho, mas ainda assim perderam cerca de 60% da renda com a queda nas taxas dos bônus.

Vacina e bloqueios sem explicação

Outro pedido dos profissionais é a priorização na campanha de vacinação contra a Covid19, já que alegam estar na linha de frente desde o início da pandemia. Além de correrem risco de contaminação o tempo todo, ainda podem levar o vírus para dentro das próprias casas e dos clientes.

Desde 2020, os entregadores também pedem transparência dos aplicativos em casos de bloqueios dos motoboys sem motivos aparentes e sem explicação, quando esses recorrem.

De acordo com Mendonça, é comum clientes receberem o pedido e responderem para o app, muitas vezes de má-fé, que o item não foi entregue. “O aplicativo confia na versão do cliente bloqueia o motoboy”, explica o organizador ao R7.

Assim, na reivindicação atual, os profissionais pedem um código de liberação para finalização do pedido. Dessa forma, o código seria enviado da empresa para o cliente. Na residência do cliente, o entregador só disponibilizaria o pedido após o cliente informar o código, provando que a entrega foi realizada.

Outro problema enfrentado pelos profissionais é uma plataforma chamada Rappi Turbo. Com isso, os entregadores são “obrigados” a aceitar as corridas. Com determinado número de corridas negadas, o trabalhador é bloqueado do app.

Até o momento, nenhuma empresa e aplicativo de delivery se posicionou sobre a manifestação desta sexta-feira, ou sobre os pedidos dos entregadores.

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