
Anderson Neves de Lima, 32 anos, e Leonardo Augusto Semede, 18 anos, são portadores de deficiência intelectual e começaram a trabalhar este mês na unidade de Jundiaí do Grupo Petrópolis, produtor de cervejas e bebidas não alcoólicas.
Eles conseguiram ser contratados por meio da parceria que a empresa tem com a Prefeitura de Jundiaí, com a Assessoria de Políticas para a Pessoa com Deficiência, setores da Unidade de Gestão da Casa Civil.
“Eu não arranjava emprego de jeito nenhum, mesmo com a ajuda da minha mãe, que tentou em muitos lugares; chegaram a dizer pra ela para me aposentar. Agora que comecei a trabalhar aqui estou muito feliz”, diz Anderson.
Nos 28 anos da Lei de Cotas para deficientes – a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991 – a Assessoria de Políticas para a Pessoa com Deficiência comemora bons resultados no encaminhamento e contratação de pessoas.
Neste ano, foram encaminhados 275 cadastros (o que não significa o número de pessoas: o mesmo cadastro, correspondente a um candidato, é encaminhado a várias empresas) e já foram contabilizadas 26 contratações de Pessoas com Deficiências (PCD). Em 2018, foram enviados 800 cadastros, com 60 contratações.
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De acordo com o assessor de Políticas para PCD, Marco Antônio Santos, os resultados são muitos positivos, principalmente após a criação do aplicativo ‘Serviços Inclusão PCD’, que pode ser acessado no site da Prefeitura. “Por meio desse aplicativo, a pessoa com deficiência pode se cadastrar para ser encaminhado a vagas de trabalho, além de saber mais sobre legislação e equipamentos públicos para deficientes”, afirma.
A Lei de Cotas determina que empresas com mais de cem funcionários devem contratar de 2 a 5% de colaboradores com deficiência. Companhias que não cumprirem a legislação estão sujeitas a multas que podem chegar até a R$ 241.126,88.
Atualmente a Assessoria de Políticas para a Pessoa com Deficiência conta com cerca de 300 cadastros ativos, além de 40 empresas cadastradas, que procuram a assessoria em busca de candidatos para contratação.
Foi o caso da unidade Jundiaí do Grupo Petrópolis, cuja parceria com a Prefeitura de Jundiaí teve início em maio deste ano. A empresa, que tem 227 funcionários e conta com o “Programa Diversidade”, para inclusão de PcDs, estava com dificuldades para atender à Lei de Cotas.
“A parceria com a Prefeitura de Jundiaí ‘salvou nossa vida’, pois é um setor focado, que direciona cadastros de pessoas com deficiência e o respectivo laudo, necessário à contratação”, explica Karla Bueno, analista de RH da empresa. “Se todas as prefeituras tivessem a mesma iniciativa, haveria muito mais inclusão”.
Segundo Marco Antonio, nem todas as empresas têm essa preocupação. “Ainda não existe muita conscientização, e este é nosso trabalho, já que o fortalecimento e a criação de medidas que favoreçam a inclusão compõem o plano de governo da atual gestão”, afirma. “As empresas devem cumprir a lei e também compreender seu papel de responsabilidade social”.
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