O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas fez um levantamento que mostra que os 16 alimentos mais consumidos nas mesas na ceia de Natal do brasileiro tiveram um aumento no valor de, em média, 15%.

O pernil de porco, por exemplo, subiu 31% e o arroz chegou a bater 62% de aumento no preço. O Índice de Preço ao Consumidor (IPC) foi calculado entre dezembro de 2019 e novembro deste ano. De acordo com o economista responsável pela pesquisa, André Braz, um dos motivos para a alta é a desvalorização do real frente ao dólar.

Os “itens de mesa” avaliados foram os considerados comuns nos pratos brasileiros como arroz, cebola, ovos, batata inglesa, azeite, carne suína, sucos de fruta e refrigerantes. Além disso, também foram calculados os preços dos produtos mais consumidos no final de ano, como bacalhau, azeitonas, vinhos e bolos prontos.

No meio do ano, o arroz disparou e chegou a custar mais de R$ 30 o saco com 5 kg. Na lista do estudo o produto está em primeiro lugar. Segundo Braz, além da alta do dólar, a falta do produto nas prateleiras também afetou os preços.

“Houve uma diminuição da área plantada. Isso causou uma redução na oferta do produto aqui no país e pressionou a cadeia produtiva até chegar ao consumidor”, declarou em entrevista ao UOL.

Pratos principais

No período de 12 meses, o pernil suíno subiu 30,55%, enquanto que o lombo suíno teve aumento de 20,14%. O aumento de exportações do milho e soja também foram um dos motivos na subida de preços.

“A exportação cresceu muito, especialmente para a China, após a recuperação do país asiático por causa da pandemia de coronavírus. Isso, mais o dólar alto na época, fez com que lá fosse mais vantajoso vender para fora do que aqui. O preço do produto aumentou muito no mercado interno, o que aumentou também os custos de produção nas fazendas”, afirmou Braz.

O preço do frango inteiro (incluindo o peru), passou pela mesma situação, com a alta de 14,51%. Com isso, os preços dos ovos também aumentaram para 14,21%. Pressionado pelo dólar, o valor do bacalhau aumentou 10%.

Confira o aumento do outros complementos:

• Batata inglesa: 10,67%
• Frutas: 14,99%
• Bolo pronto: 3,53%
• Azeite: 9,72%
• Azeitona em conserva: 13,29%
• Refrigerantes e água mineral: 3,73%
• Sucos de fruta: 3,37% Vinho: 3,94%

Além disso, apenas dois itens tiveram redução de preço durante o período: sucos de fruta em pó, que caíram 0,12%; e a cebola, que teve a queda de 15,7%.

“Apesar de o aumento das exportações ter sido muito bom para a balança comercial, é um desafio para a inflação, porque pressiona o mercado interno. Para dezembro, os preços ainda continuam altos, até por causa da demanda, e quem sabe em 2021 uma estabilidade cambial maior e safras maiores podem fazer com que os preços diminuam”, disse Braz.