A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou um aumento de 0,44% em maio, mais que o dobro do índice de abril, que foi de 0,21%. Esse aumento interrompe uma sequência de dois meses de queda e representa o maior índice desde fevereiro.

Gasolina como principal fator de influência

O principal responsável por esse aumento foi o preço da gasolina, que subiu 1,9% no período de coleta e contribuiu com 0,09 ponto percentual para o IPCA-15. Esse resultado destaca a importância do combustível na composição do índice e seu impacto direto na inflação.

Acumulado em 12 meses e meta de inflação

No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 atingiu 3,70%, mantendo-se dentro da meta de inflação do governo, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Esse resultado é inferior ao observado nos 12 meses anteriores, que foi de 3,77%.

Setores de transporte e saúde em destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito apresentaram alta de preços em maio. Os destaques foram os grupos de saúde e cuidados pessoais (1,07%) e transportes (0,77%). No setor de transportes, a gasolina foi o principal vilão, enquanto no setor de saúde, os produtos farmacêuticos tiveram forte influência, impulsionados pela autorização do governo para reajuste de preços.

Passagens aéreas e metodologia de cálculo

Outro item que pressionou a prévia da inflação foram as passagens aéreas, que subiram 6,04%. Apesar do valor nominal ser maior que o da gasolina, o impacto do combustível é mais significativo no IPCA-15 devido ao seu maior peso na cesta de produtos pesquisados. A metodologia para cálculo do IPCA-15 é a mesma do IPCA, a inflação oficial do país, com a diferença de que os preços são coletados em um período específico.

Impactos doestado de calamidade em Porto Alegre

A divulgação do IPCA-15 de maio sofreu impactos do estado de calamidade na região metropolitana de Porto Alegre, que enfrentou alagamentos no período de coleta de dados. Os pesquisadores precisaram intensificar a coleta por meios remotos, como telefone e internet, para garantir a precisão dos resultados.