homem-calculando-com-graficos
Foto: pch.vector/ Freepik

Os reajustes tarifários nas contas de luz no segundo semestre devem ser menores que os registrados na primeira metade do ano, de acordo com a TR Soluções.

A TR, empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia, estima que os consumidores de distribuidoras de energia que ainda passarão por reajuste ou revisão tarifária em 2022 devem receber autorização para uma alta de aproximadamente 5,6% nas contas de luz.

Esse valor é bem abaixo do reajuste médio de 13,57% verificado no primeiro semestre. No acumulado do ano, a previsão é que as tarifas residências no país tenham um aumento estimado em 9,8%.

Ou seja, a projeção indica um impacto inflacionário mais moderado dos custos de energia elétrica até o final do ano. No inicio do ano, os reajustes aprovados ultrapassaram 20%.

A projeção do menor aumento, se da ao fato de que muitos custos da crise hídrica do ano passado já foram repassados aos consumidores.

“No caso daquelas [distribuidoras] que passam pelo processo no primeiro semestre, os custos extras com a crise foram repassados às tarifas apenas neste ano, pressionando os porcentuais”, explica o diretor de Regulação da TR Soluções, Helder Sousa.

A CPFL Piratininga, distribuidora de energia da região de Jundiaí, está com previsão de reajuste ou revisão tarifária para 22 de outubro.

Os reajustes nas tarifas de energia são anuais e variam conforme cada concessionária. Normalmente, acontecem no aniversario de contrato de cada empresa, com exceção de quando há a revisão tarifária periódica.

O objetivo do reajuste tarifário anual é repassar ao consumidor a alta dos custos das empresas e a inflação. Vale ressaltar que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) precisa aprovar os reajustes anteriormente.

Medidas para amenizar a alta de preços

Os reajustes validados pela Aneel têm mostrado uma desaceleração após o governo e o Congresso aprovarem medidas para amenizar a alta de preços em ano eleitoral.

Segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), o preço médio da energia elétrica residencial no país registrou queda de 0,68% em junho. Desacelerando para uma alta de 4,52% no acumulado em 12 meses.

[tdj-leia-tambem]

Entre as medidas que contribuem para amenizar a alta da conta de luz, esta a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) e aporte de R$ 5 bilhões do processo de privatização da Eletrobras ao orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) neste ano.

De acordo com os cálculos da TR, o montante considerado pela Aneel nos processos tarifários das últimas semanas deve resultar em uma redução de cerca de 2,5 pontos percentuais nos reajustes deste ano.

O teto aprovado para cobrança de ICMS sobre energia elétrica, combustíveis e outros serviços tem um potencial de redução de 12% nas contas de luz, de acordo com a Aneel.

Entretanto, essa redução será percebida no valor das faturas da conta de luz, e não nas tarifas aprovadas pela agência.

A Aneel decidiu manter a bandeira verde em julho. Em outras palavras, a conta de luz segue sem cobrança adicional por mais um mês, e a expectativa da agência é que isso perdure ao longo do ano, dada à recuperação dos reservatórios das hidrelétricas.