Sustentabilidade, reúso e solidariedade dão o tom em novas iniciativas comerciais de Jundiaí
Sustentabilidade, reúso e solidariedade dão o tom em novas iniciativas comerciais de Jundiaí

Recentemente, o Tribuna de Jundiaí falou sobre uma família, dona de um brechó de Jundiaí, que decidiu colocar cabides solidários do em uma rua no Centro de Jundiaí, estimulando a troca de roupas entre desconhecidos. O cabide é abastecido diariamente por Irene Vieira, dona do brechó Achou Família, que fica do outro lado da rua.

Pela janela do seu estabelecimento, ela observa o movimento do cabide, que conta com os dizeres “Você precisa? Sim: pegue uma peça. Não: doe uma peça” e chama a atenção de quem passa.

“O brechó, que é familiar – criado por mim, meu marido e minha filha – existe há um ano e meio. Nosso intuito sempre foi promover ações sociais, já que todas as nossas roupas são compradas de instituições de caridade, e vimos isso como uma forma de agradecer e devolver tudo que conseguimos de positivo ao longo da nossa trajetória desde que abrimos esse espaço”, conta a idealizadora do projeto.

Além do cabide solidário, brechó também instalou banco em ponto de ônibus (Foto: Letícia Rodrigues/Tribuna de Jundiaí)

Além de Irene, outras iniciativas de Jundiaí abordam conceitos como sustentabilidade, solidariedade e reúso. Um dos exemplos é a loja QueColab, também no Centro da cidade, que reúne, em um único espaço, mais de 30 pequenos empreendedores de Jundiaí. Por lá tem brechós, marcas próprias de roupas, cosméticos e produtos naturais veganos, guloseimas veganas, bijuterias, bolsas, artesanatos, artes, plantas, dentre outros.

“A ideia é juntar essas pessoas que produzem uma série de coisas em Jundiaí e ceder espaço para eles. Eu percebo que os pequenos empreendedores não têm muito espaço e geralmente eles trabalham em casa, em feiras ou na internet. E aqui é um ponto central, em uma rua movimentada e com visibilidade”, conta a idealizadora, Flávia Lima.

Vários produtores expõem seus produtos no espaço (Fotos: Letícia Rodrigues/Tribuna de Jundiaí)

Mas não só: outro brechó, também em Jundiaí, coloca à disposição dos clientes uma arara de troca, onde é possível trocar suas peças de roupas por outras que estão ali, deixadas por outros clientes. Livros também podem ser trocados no local, estimulando o compartilhamento e a solidariedade.

“É a ideia do reúso, da sustentabilidade. Já tem muita roupa produzida no mundo. Ao invés de comprar peças novas dá para comprar roupas e acessórios usados ou então, por meio da arara, trocar as suas próprias roupas”, afirma Gabriela Oliveira, uma das donas.

Brechó oferece arara de trocas e também estimula a troca de livros entre os clientes (Fotos: Letícia Rodrigues/Tribuna de Jundiaí)

Para o diretor de Fomento ao Comércio e Serviços. da Unidade de Gestão de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Jundiaí, Júlio Cesar Durante, em todos os casos as ideias tratam de um conceito que fazem parte da chamada “economia solidária”.

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“A economia solidária tem se desenvolvido de uma forma muito intensa, às vezes não só pelo dinheiro, mas pelo escambo, pela troca. E tem também a questão da sustentabilidade, cada vez mais presente. Esse é um conceito muito forte que tem atraído muitos empreendedores”, afirma.

Para Flávia, da QueColab, a sustentabilidade é, de fato, primordial. “Estamos no limite da utilização de recursos e por isso é importante focar na economia criativa, comprar das lojas que fazem reaproveitamento, como os brechós, ou de produtores que produzam em menor escala e de acordo com o meio ambiente”, finaliza.