
Recentemente, o Tribuna de Jundiaí falou sobre uma família, dona de um brechó de Jundiaí, que decidiu colocar cabides solidários do em uma rua no Centro de Jundiaí, estimulando a troca de roupas entre desconhecidos. O cabide é abastecido diariamente por Irene Vieira, dona do brechó Achou Família, que fica do outro lado da rua.
Pela janela do seu estabelecimento, ela observa o movimento do cabide, que conta com os dizeres “Você precisa? Sim: pegue uma peça. Não: doe uma peça” e chama a atenção de quem passa.
“O brechó, que é familiar – criado por mim, meu marido e minha filha – existe há um ano e meio. Nosso intuito sempre foi promover ações sociais, já que todas as nossas roupas são compradas de instituições de caridade, e vimos isso como uma forma de agradecer e devolver tudo que conseguimos de positivo ao longo da nossa trajetória desde que abrimos esse espaço”, conta a idealizadora do projeto.

Além de Irene, outras iniciativas de Jundiaí abordam conceitos como sustentabilidade, solidariedade e reúso. Um dos exemplos é a loja QueColab, também no Centro da cidade, que reúne, em um único espaço, mais de 30 pequenos empreendedores de Jundiaí. Por lá tem brechós, marcas próprias de roupas, cosméticos e produtos naturais veganos, guloseimas veganas, bijuterias, bolsas, artesanatos, artes, plantas, dentre outros.
“A ideia é juntar essas pessoas que produzem uma série de coisas em Jundiaí e ceder espaço para eles. Eu percebo que os pequenos empreendedores não têm muito espaço e geralmente eles trabalham em casa, em feiras ou na internet. E aqui é um ponto central, em uma rua movimentada e com visibilidade”, conta a idealizadora, Flávia Lima.

Mas não só: outro brechó, também em Jundiaí, coloca à disposição dos clientes uma arara de troca, onde é possível trocar suas peças de roupas por outras que estão ali, deixadas por outros clientes. Livros também podem ser trocados no local, estimulando o compartilhamento e a solidariedade.
“É a ideia do reúso, da sustentabilidade. Já tem muita roupa produzida no mundo. Ao invés de comprar peças novas dá para comprar roupas e acessórios usados ou então, por meio da arara, trocar as suas próprias roupas”, afirma Gabriela Oliveira, uma das donas.

Para o diretor de Fomento ao Comércio e Serviços. da Unidade de Gestão de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Jundiaí, Júlio Cesar Durante, em todos os casos as ideias tratam de um conceito que fazem parte da chamada “economia solidária”.
“A economia solidária tem se desenvolvido de uma forma muito intensa, às vezes não só pelo dinheiro, mas pelo escambo, pela troca. E tem também a questão da sustentabilidade, cada vez mais presente. Esse é um conceito muito forte que tem atraído muitos empreendedores”, afirma.
Para Flávia, da QueColab, a sustentabilidade é, de fato, primordial. “Estamos no limite da utilização de recursos e por isso é importante focar na economia criativa, comprar das lojas que fazem reaproveitamento, como os brechós, ou de produtores que produzam em menor escala e de acordo com o meio ambiente”, finaliza.