
A tarifa de 50% de Trump ao Brasil entra em vigor em 1º de agosto e atinge todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos. O presidente americano Donald Trump anunciou a medida como uma resposta política ao governo Lula, justificando a decisão como um protesto contra a “perseguição” sofrida por Jair Bolsonaro.
Carta e motivação de Trump
A decisão foi comunicada em carta enviada a Lula e publicada por Trump na rede Truth Social. Nela, o presidente dos EUA declarou apoio a Bolsonaro, classificou as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) como “vergonhosas” e criticou os julgamentos contra o ex-presidente brasileiro.
Trump também acusou o STF de censurar plataformas digitais americanas, afirmando que houve ordens de bloqueio ilegais e ameaças às redes sociais. Para ele, a tarifa é um meio de forçar o fim do processo contra Bolsonaro e reverter as supostas restrições à liberdade de expressão.
Justificativas comerciais contestadas
Apesar de argumentar desequilíbrio comercial, dados oficiais apontam que os EUA têm superávit com o Brasil desde 2009, alcançando US$ 7,4 bilhões em 2024. Ainda assim, Trump afirmou que os 50% são “até pouco” diante do que considera injusto.
Tratamento diferenciado ao Brasil
Entre os sete países que receberam novas tarifas, o Brasil foi o único com alíquota de 50%. Outros, como Filipinas e Moldávia, tiveram entre 20% e 30%. O gesto evidencia o caráter político da medida.
Reação do governo brasileiro
A reação brasileira foi imediata. O Itamaraty convocou o encarregado da Embaixada dos EUA, e Lula reafirmou a soberania nacional. Geraldo Alckmin classificou a tarifa como “sem base técnica”, e Fernando Haddad disse que o Brasil não gera prejuízos aos americanos.
Investigação adicional e setores afetados
Trump também determinou a abertura de uma investigação do tipo Seção 301 contra o Brasil, alegando barreiras ao comércio digital. A ação pode prejudicar setores como aço, metais e agricultura, que têm peso na pauta exportadora brasileira.
Impactos econômicos e geopolíticos
O mercado financeiro reagiu com queda no Ibovespa e alta do dólar, que ultrapassou R$ 5,50. Analistas alertam para riscos de escalada comercial e impactos na diplomacia bilateral.
A tarifa de 50% de Trump ao Brasil representa uma inflexão nas relações entre os dois países. Ao usar a economia como pressão ideológica, Trump desafia a diplomacia tradicional e testa os limites da autonomia brasileira. O governo Lula avalia ações na OMC e em parceria com o setor privado para contornar os efeitos.