
O primeiro diagnóstico positivo de Covid-19 no Brasil aconteceu em no final de fevereiro, e deu aos alunos de todo o país a ilusão de pelo menos duas semanas de “folga” das aulas. No entanto, o que ninguém esperava, era que em dezembro surgisse a dúvida: “será que um dia volto para a escola?”.
Essa situação é ainda pior para os alunos que iniciaram o ano no terceiro ano do Ensino Médio, e agora não poderão ter a tão esperada formatura. Além disso, a mesma realidade já faz parte do imaginário dos alunos caminhando para o último ano em 2021, e a dúvida e a angústia são as mesmas.
Com idas e vindas de uma previsão para o retorno das aulas presenciais, a impressão dos estudantes é que o reflexo da pandemia na educação perdure até o ano que vem. Assim, muitos já se preparam para continuar tendo aulas online e à distância por um tempo.
Essa é uma situação que faz parte do cotidiano de Isabella Ribeiro Silva (16), que está no 2º ano do Ensino Médio, em São Paulo. De acordo com a aluna, “é meio decepcionante pensar nisso”. Ao ter aula em casa, no próprio quarto, é mais difícil prestar atenção nas aulas e tirar dúvidas do que presencialmente”, afirma, em entrevista para o UOL Educação.
Além disso, a jovem lamenta não poder vivenciar esse momento tão especial, como a viagem de formatura com as amigas. “Ninguém cancelou ainda, mas provavelmente será cancelado”, conta. Assim como o fim do ensino médio, a jovem também precisou mudar os planos do vestibular. Tinha planejado prestar a prova do Enem como treineira esse ano, mas acabou desistindo por não se sentir segura o suficiente para fazer a prova.
‘Roubado de mim’
Outros alunos em todo o Brasil enfrentam os mesmos dilemas de Isabella. Vitória Luiza Souza (16) também está no segundo ano do Ensino Médio. Ela ainda tinha esperanças de retornar às aulas presenciais, mas a expectativa foi se esgotando com o tempo.
“Até estava botando fé que a gente voltasse às aulas presenciais, mas umas semanas atrás fiquei sem perspectiva, comecei a pensar que nunca mais voltaria”, diz Vitória. Sendo assim, também começou a perder as esperanças para o próximo ano.
“Perdi a esperança de fazer formatura, de curtir meu terceiro ano. Estamos todos ansiosos, queremos saber o que vai acontecer”, conta.
“A gente tenta compreender a situação, mas sinto como se meu terceirão tivesse sido roubado de mim”, lamenta Giovanna Silva (16). Giovanna acredita que o ensino remoto não deve passar de julho de 2021. Mas ainda assim conta que só se sentiria segura em sala de aula com a vacina da Covid-19 liberada.
“Ficamos muito sozinhos, desenvolvemos ansiedade. Não aguento mais olhar para telas de celular e computador. E até minha coluna sinto que está prejudicada”, relata a jovem.
Anúncios de retorno
Em São Paulo, o retorno das aulas presenciais chegou a ser anunciado para o dia 7 de outubro para os ensinos médios. As condições eram de que as escolas tivessem limite de ocupação de acordo com o Plano São Paulo. Ainda assim, as atividades extracurriculares estavam autorizadas desde setembro.
Enquanto isso, as escolas particulares voltaram ao ensino 100% online, temendo a exposição dos alunos ao vírus em ambiente escolar.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		