
Joyce Barcelos Barbosa, professora intérprete de uma escola em Linhares, no interior do Espírito Santo, dirige 70 quilômetros toda semana para chegar até Edilson Gomes da Silva, aluno surdo que mora em um pequeno vilarejo no interior, onde não há sinal de internet.
A professora leva atividades dos professores das disciplinas regulares e transmite as aulas para o jovem, que está no 1º ano do Ensino Médio. Ela paga a gasolina e vai com o próprio carro pela estrada de terra.
“É uma longa parte de estrada de chão. Muitos buracos. Quando chove é bem difícil o acesso”, conta.
Ainda assim, ela não pense em desistir.
Além de manter Edilson atualizado com as lições, essa também é uma forma de interação. Na família do estudante, apenas o tio sabe se comunicar por Libras, a Língua Brasileira de Sinais. Primos, irmãs e a própria mãe ainda não aprenderam, o que torna a comunicação mais difícil, limitada à leitura labial e ao aparelho de surdez.
As aulas acontecem debaixo de um pé de manga, com uma distância segura entre aluno e professor.
“Ele adora matemática”, diz a professora.
O esforço de Joyce tem gerado frutos. Edilson quer ser professor.
“Quero ser professor, intérprete de Libras, porque quero ensinar os alunos”, explica o jovem.
Para Joyce, isso é o que a motiva.
“São pequenas atitudes, pequenos gestos que a gente faz no nosso dia a dia que faz o mundo se tornar diferente e melhor”, conclui a professora.
Com informações do G1.