pessoas reunidas para uma foto
Turma 2020 do cursinho conheceram o espaço nesta segunda-feira (02)

Na noite dessa última segunda, 02 de março, a ONG Cursinho Professor Chico Poço (CP2) abriu suas portas para a turma 2020. São 122 estudantes, todos oriundos de escolas públicas, divididos em duas salas, que poderão contar com aulas preparatórias para os vestibulares, apoio vocacional e psicológico nessa fase. Professores e voluntários acolheram todos os novos alunos na sede da instituição, na Vila Mafalda, explicando os serviços oferecidos, direitos e deveres que todos devem cumprir.

“Minha expectativa para esse ano é ganhar experiência, tanto social como estudante em si, para conseguir a carreira que eu quero e interagir, também, com pessoas diversas, com as quais eu não teria contato no meu cotidiano”, comenta o estudante Jean Lucca Norberto Carregal. É o mesmo para a estudante Thais Marassato. Para ela, o CP2 vai lhe ajudar a “aprender mais para entrar na faculdade e exercer a profissão dos sonhos”.

“É uma grande alegria poder receber essa décima quarta turma de alunos”, afirma o cientista social e professor Samuel Vidilli, um dos voluntários e parte do grupo fundador do CP2. “Essa alegria é maior ainda depois dos terríveis ocorridos ano passado em nossa sede”, completa, em referência ao roubo e vandalismo pelo qual passou o cursinho em setembro do ano passado.

Sobre esse acontecimento, o professor Rafael Galeoti, um dos atuais coordenadores e também membro fundador do CP2, completa: “é fato que foi um susto bem grande para todos os envolvidos, voluntários e alunos do cursinho, e que houve um breve momento de desânimo coletivo, mas resolvemos que usaríamos esse sentimento de forma positiva, para criar mais engajamento – tanto interno, entre os membros do cursinho, como com a comunidade no geral”.

Para Orlando da Cunha Vasconcellos Neto, coordenador financeiro e professor de matemática do cursinho, “restou apenas a lousa, o giz e as canetas. Foi o suficiente para que, no dia seguinte, contrariando expectativas, os alunos comparecessem, em peso, para as aulas. Passamos vários dias tendo aula com a porta toda arrebentada, porém, com as salas cheias de alunos”.

E a onda de solidariedade após esse triste fato alcançou quase uma centena de doações de pessoas físicas, anônimas, e de empresas. “Somos muito gratos a sociedade e a empresas locais, como a Ecotronics Ambiental, Eccellenza Soluções em Segurança, além do SESI,do Movimento Renova Brasil e também, aos nossos parceiros de sempre, como a Prefeitura de Jundiaí, Panificadora Keli, Clube 28 de Setembro e Escola Coronel Siqueira de Moraes”, disse Samuel.

“A sociedade não decepcionou, muito pelo contrário: respondeu ao nosso pedido de ajuda e nos permitiu termos hoje uma infraestrutura ainda melhor do que a que tínhamos antes do ocorrido. Para nós isso foi uma prova de que, apesar dos constantes ataques à educação, ao combate à desigualdade social e ao terceiro setor em geral, a sociedade ainda acredita nas pessoas que usam de seu tempo livre para lutar por um mundo mais justo”, completa Galeoti.

Mas mesmo assim o CP ainda precisa de apoio. Como lembra o professor Orlando, “infelizmente, ainda temos problemas e, para resolvê-los, precisamos de dinheiro para algumas reformas emergenciais. Nosso prédio está com algumas goteiras, o que fez com que o forro cedesse um pouco. Precisamos também renovar a fiação do prédio que é muito antiga”.

Toda ajuda é bem vinda. As doações podem ser feitas através do site www.cursinhocp2.org, além de contem mais informações sobre o Cursinho, sobre o projeto “Adote um Aluno”, atividades, inscrições e eventos.

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