
A aguardada parceria entre Kleber Mendonça Filho e Wagner Moura chegou aos cinemas brasileiros na quinta-feira (6) com “O agente secreto”, filme que representa o Brasil na disputa pelo Oscar 2026 na categoria de Melhor Filme Internacional.
Após o sucesso no Festival de Cannes, onde recebeu prêmios do júri pela atuação de Moura e pela direção de Mendonça, o longa inicia sua campanha internacional. Diretor e ator devem percorrer os Estados Unidos e a Europa divulgando a produção, numa espécie de missão cultural para promover o cinema brasileiro.
No filme, Moura interpreta um homem que retorna à cidade natal nos anos 1970 para escapar de um passado violento. Ambientada durante a ditadura militar, a trama aborda memórias e feridas da história recente do país.
Mendonça Filho afirmou que, entre os fortes concorrentes internacionais, “O agente secreto” vem recebendo reações entusiasmadas desde sua estreia em Cannes. Ele destacou ainda que o reconhecimento começou cedo, quando o longa já aparecia em listas de premiações antes mesmo do lançamento comercial.
Especialistas americanos consideram a indicação ao Oscar praticamente certa, embora o filme enfrente rivais como o norueguês “Valor sentimental”, o francês “Foi apenas um acidente” e o sul-coreano “Eojjeolsuga eobsda”. Há quem aposte também em possíveis indicações para Wagner Moura como Melhor Ator e até para Melhor Filme.
Segundo o diretor, o cinema mantém uma relação natural com a realidade política e social, assim como fizeram produções que retrataram a Guerra do Vietnã em Hollywood. Ele compara o ato de filmar sobre o Brasil e sua história a algo tão natural quanto “bacon e ovos”.
Mendonça observa que o país ainda enfrenta dificuldades para lidar com sua memória e prefere “virar a página” de períodos dolorosos, enquanto Moura reforça que o cinema nacional sempre buscou retratar o Brasil desde seus primórdios. Para ambos, essa reflexão é uma marca essencial do cinema brasileiro e uma herança de gerações.