Shermann e Rodrigo são proprietários de cafeterias em Jundiaí. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)
Shermann e Rodrigo são proprietários de cafeterias em Jundiaí. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)

O aroma não engana e a cor também não. Trata-se de um café gourmet ou especial.

A certeza é confirmada ao provar a bebida: nem de longe pode ser confundido com o pó comprado na prateleira de um supermercado.

Quem experimenta o café feito a partir de grãos selecionados, dificilmente volta a ser um consumidor assíduo daquele do dia a dia; também se abstém do açúcar, adoçante ou qualquer outro componente que possa dar gosto a algo que já esbanja sabor por natureza. Quem gosta e aprova, torna o “tomar cafezinho”, costume de todo brasileiro, uma experiência.

Quase poesia… mas é assim que os apaixonados pelo grão veem o café.

Rodrigo Matta é um deles.

Em uma viagem para Minas Gerais, em busca de queijo e da bebida típica do estado, ele foi apresentado a uma experiência diferente do que costumava ter em casa. Curioso em saber porque tanta diferença de um café para o outro, ele foi investigar. A curiosidade tornou dele um especialista e hoje, ele une o amor pelo grão à paixão pela confeitaria.

À esquerda, um café especial. À direita, o café comum, encontrado no supermercado. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)

Na Casa do Café, estabelecimento o qual ele é proprietário, ele oferece 10 diferentes tipos de café especial e cinco métodos diferenciados. A combinação é capaz de criar 50 tipos da bebida, que vai chegar à mesa do consumidor com cor, aroma e sabor diferentes.

“Existem dois órgãos que regulamentam o café hoje, um utiliza a nomenclatura gourmet e outro, a nomenclatura especial. Como o segundo é mais rigoroso, todo café especial é gourmet, mas nem todo gourmet é especial”, explica. Para avaliar a nota do grão, tamanho, densidade e confiabilidade do produtor são levados em conta.

Primeira experiência

Mas nem todo mundo sabe disso e é aí que entra o trabalho do Rodrigo, que além de proprietário, também apresenta a poesia do café ao consumidor de primeira viagem.

“Eu sempre indico o da Bahia, que é um grão da espécie arábica e também um dos meus preferidos. Mas falo sobre cada tipo ao cliente, e ele me fala o qual se identifica mais”, conta.

De sabor acentuado, aveludado e pouco cítrico, o gosto é inconfundível ao café comum. Nem precisa adoçar.

Aliás, sobre colocar açúcar no café, ele recomenda: “É como se você fosse tomar um suco de laranja pela primeira vez. Tente ele sem incrementos e sem adoçar, para sentir o sabor autêntico. Se não gostar, faça do seu jeito. Mas experimente”.

O consumo do café especial cresce cada vez mais no Brasil. Em Jundiaí, segundo Rodrigo, são três estabelecimentos que oferecem ao cliente grão selecionado e mais de uma possibilidade no método de preparo.

Na Casa do Café, o preço médio de 140ml de bebida é de R$ 8,00, mas pode variar dependendo do tipo.

A gosto do cliente

Shermann Tan é proprietário do V² Café & Restaurante e oferece seis diferentes tipos de grãos e sete métodos diferentes. Com o da casa, o qual ele mesmo torra e moi, os clientes tem ainda mais uma opção.

Ele fez o curso de barista foundation em Singapura e, de volta ao Brasil, resolveu abrir o próprio negócio. “Quando o cliente chega eu pergunto: Como você gosta do café? Dependendo do que ele responder, sugiro o que mais se assemelha”, explica.

Temperatura, encorpado, mais doce, mais ácido, tudo é levado em conta.

Ele realiza ainda um workshop, o qual introduz aos apaixonados pelo cafezinho, as delícias e variedades do café especial.

Taxativos, Shermann e Rodrigo concordam em muitos aspectos, especialmente em quem deve experimentar o café especial. “Todo mundo”, respondem ao mesmo tempo.

[tdj-leia-tambem]