Foto: Kelsey Knight/Unsplash
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O vinho é uma das bebidas mais antigas do mundo e também está entre as mais consumidas, contudo, o que não faltam são dúvidas e inverdades a seu respeito. 

Ao longo dos séculos, teorias e crenças surgiram sobre o vinho e mesmo com tantos estudos e avanços, acabam circulando informações incorretas que chegam a atrapalhar aqueles que querem aprender sobre esse universo. 

Cada vez mais presente entre as preferências dos brasileiros, o vinho tem garantido um espaço importante e, por isso, achamos necessário quebrar aqui alguns mitos para impedir a propagação dessas afirmações errôneas.

1. Quanto mais velho o vinho, melhor

Este talvez seja um dos mitos mais difundidos sobre o vinho: “vinho bom é vinho velho”. Existem sim vinhos que ficarão fantásticos com o tempo em garrafa, mas são poucos os rótulos elaborados para envelhecer, os chamados vinhos de guarda.

A maioria dos vinhos disponíveis no mercado são exemplares mais jovens, feitos para o consumo rápido, que não resistem mais do que sete anos após sua produção.

Por isso, no momento da compra é sempre interessante consultar o sommelier ou o vendedor para que ele possa te orientar se o vinho que você está comprando é indicado ou não ao envelhecimento.

2. Vinho bom é vinho caro

Esta é outra ideia errônea que deve ser derrubada. Nem sempre o preço alto estará associado à qualidade do vinho. Vários fatores influenciam na precificação: a quantidade da produção; os métodos de vinificação; o uso de barrica de carvalho; tipo de rolha; o nome do produtor; a safra, entre outros.

Muitas vezes, os rótulos com custo elevado têm características superiores, mas isso não significa que vinhos com preço mais reduzido sejam inferiores. Estes tendem a ser vinhos mais jovens, para consumo imediato, mais fáceis de beber e de agradar ao paladar em geral.

E o inverso também é verdadeiro, uma garrafa pode custar caro e o conteúdo não ser bom na mesma medida. Além disso, a questão do gosto é muito particular. É possível que um vinho bastante pontuado, de valor mais caro, não seja aquele que agrade o seu paladar.

3. Quanto mais funda a base da garrafa, melhor é o vinho

Aqui não há uma relação científica entre a espessura e a profundidade da garrafa com a qualidade da bebida. O fato da base ser funda ou mais rasa não influencia nas virtudes do vinho, o que acontece é que o vidro é caro e produzir garrafas mais pesadas, com fundos mais grossos, implica também num alto custo de produção, que reflete no preço final. 

Nesse sentido, a tendência é que se o produtor optou por investir alto na garrafa, ele também deverá ter um cuidado maior com o líquido. Mas é importante ressaltar: a embalagem e a apresentação não são garantias de qualidade do produto.

4. Vinhos com tampa de rosca são de qualidade inferior

Esta é uma grande injustiça com os vinhos que são envasados em garrafas fechadas com tampa de rosca ou screw cap. Este tipo de tampa é muito utilizada para reduzir custos na produção, além de ser bastante higiênica e dificultar a proliferação de bactérias. 

As tampas de rosca são encontradas em vinhos mais jovens e de consumo rápido, pois são rótulos que não irão envelhecer e por isso não há a necessidade do uso de rolha de cortiça. Esta é usada principalmente naqueles vinhos destinados ao envelhecimento, que, em teoria, protege mais da ação do oxigênio, prevenindo assim a oxidação.

5. Vinho tinto deve ser servido em temperatura ambiente

Isso depende muito do ambiente em que você se encontra. Se for em países onde os termômetros indicam médias de 15 e 16 ºC até faz sentido, mas aqui no Brasil, onde normalmente as temperaturas são mais elevadas, é indicado que você refresque a sua garrafa de tinto.

A temperatura ideal para os tintos fica entre 12 e 18 ºC, dependendo do estilo do vinho. Tintos mais leves, você pode servir entre 12 e 14 ºC; vinhos sem madeira e jovens, de pouco ou médio corpo, de 14 a 16 ºC; já os mais encorpados ou envelhecidos, a faixa fica entre 16 e 18 ºC.

Mas você sabe no que a temperatura pode influenciar? Os taninos, presentes em abundância nos tintos, são responsáveis pela adstringência e, quanto mais frio estiver o vinho, maior será essa sensação de “amarrar a boca”.

Outro fator influenciado pela temperatura é o álcool. Quando ela está acima do ideal, a sensação é de que o vinho é muito alcoólico (além dos 20 ºC ele evapora com mais facilidade). A doçura é outra característica acentuada pelo calor. Quanto mais alta a temperatura, maior será a sensação de dulçor; e quanto mais fria a bebida, menos doce ela parecerá.