
A jundiaiense Nereide Silva vive momentos de pânico na Itália, com a propagação do coronavírus.
Moradora há 15 anos em Nápoles, na região da Campânia, sul da Itália, ela está em completo isolamento domiciliar com o marido.
“Estamos em casa, confinados, blindados, sem poder ter contato com parentes, amigos, vizinhos”, conta.
“Tem casos confirmados em toda parte. Eu defino tudo como uma guerra”.
Embora a região onde mora não seja o epicentro da pandemia na Itália, o terror do coronavírus já se espalhou por todo o país.
Nereide relata que os momentos são “dramáticos”, já que a região da Campânia tem cerca de 400 casos positivos já confirmados.
“Dizem nos telejornais que aqui na região haverá um forte pico do vírus nos próximos 15 dias. Pois muitas pessoas fugiram do norte domingo passado em direção ao sul, onde ainda não havia casos positivos”, ressalta.
“Em uma semana subiu para 400 e a previsão é maior”, relata.
Já no norte, sobretudo na Lombardia, a situação é de terror, segundo a jundiaiense, que morou parte da vida no bairro da Colonia, antes de se mudar definitivamente para a Itália.
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“Os doentes que morrem em hospitais vão para o cemitério nos carros fúnebres e diretamente para a cremação. As famílias das vítimas não podem se despedir porque é literalmente proibido”, explica.
Segundo ela, os hospitais estão, literalmente, em estado de emergência e colapso. “Os médicos, enfermeiros e profissionais de laboratório estão dando a própria vida para salvar pessoas”, lamenta.
“Tenho medo! Parece que estou sonhando. Pois vi coisas parecidas, somente em filmes de guerra”.
Esperança
Apesar de todo o clima de pânico, Nereide relata fatos de solidariedade e compaixão como “injetores de esperança”.
As crianças em confinamento criam desenhos de arco-íris com a frase Andrà tutto bene que quer dizer “ficará tudo bem” (foto abaixo).
“Isso é muito importante, porque as crianças dão uma injeção de coragem para nós adultos e fazem com que nós tenhamos a esperança de que tudo irá passar”.
Em todos os lugares, duas vezes por dia, as pessoas saem nas sacadas com as bandeiras e cantam o hino di Mameli (Hino Nacional da Itália). Isso prova que a Itália é um país forte e com certeza vamos superar tudo isso”, afirma
Alerta
Nereide vê com muita preocupação a disseminação do coronavírus também no Brasil. E alerta para que todas as medidas de contenção da doença sejam tomadas o mais rápido.
“Eu diria que tomem cuidado com a limpeza pessoal. Que não precisam acabar com os produtos como álcool em gel no supermercados. E que fiquem em casa o máximo que puderam”, alerta.
“Que procurem informações e sigam corretamente as indicações necessárias para não acontecer o que aconteceu aqui na Itália”.
