Nesta segunda-feira (19), o diretor do Instituto Butantan anunciou que a Coronavac, desenvolvida em parceria com a empresa chinesa Sinovac, é a vacina mais segura contra a Covid-19 em desenvolvimento.
Dessa forma, a eficácia do imunizante deve ser comprovada até dezembro de 2020. “Nós aguardamos o fim dessa fase de estudos, obviamente que é um estudo clínico que ainda demanda outras fases, principalmente a fase de eficácia, e que nós aguardamos aí até o fim do ano que possa ocorrer a demonstração da eficácia para que a nossa Anvisa possa registrar a nossa vacina.”
Em entrevista ao GloboNews, Dimas Covas afirmou, “é uma vacina muito segura, isso já é esperado pela própria tecnologia envolvida nessa vacina. Na realidade, neste momento, é a vacina que tem o perfil de segurança melhor entre todas as vacinas que estão sendo testadas.”
Os testes clínicos da Coronavac foram realizados com 9 mil voluntários no Brasil e a meta é ter 13 mil pessoas envolvidas na pesquisa. De acordo com o diretor, os dados da pesquisa no país são semelhantes aos apresentados nos estudos chineses. Nestes, 94,7% dos 50 mil voluntários não apresentaram nenhum efeito adverso à vacina.
“As manifestações clínicas adversas são muito leves, não tivemos nenhuma manifestação clínica que tenha exigido uma atenção médica maior. Então, é um perfil de segurança muito apropriado.”
Contrato entre países
O acordo assinado pelo governador João Doria é para a compra de 46 milhões de doses. Em setembro, quando o acordo foi realizado, Doria informou também que a imunização dos profissionais da saúde deve iniciar no dia 15 de dezembro.
Neste contrato, é previsto que a Sinovac envie 6 milhões de doses já prontas e o restante deve ser envasado em São Paulo. O valor do acordo foi de US$ 90 milhões, porém não foi esclarecido se esse valor corresponde apenas à compra das 46 milhões de doses, ou também as doses que devem ser entregues em 2021.
Dimas Covas também informou que a Coronavac começa a ser produzida no Brasil ainda este mês. O prazo previsto para as 46 milhões de doses estarem prontas é dezembro. Após isso, será o momento de aguardar o registro da vacina.
No dia 21 de setembro, o governador de São Paulo também disse que toda a população do estado irá receber a vacina até fevereiro de 2021. O anúncio é um “plano alternativo”, caso não haver um acordo com o governo federal para que seja feita a distribuição nacional do imunizante.
“Aos brasileiros de São Paulo, sim, garanto que teremos a vacina, a Coronavac, para atender a totalidade da população de São Paulo, já ao final deste ano e ao longo dos dois primeiros meses de 2021, e vamos imunizá-los”, disse Doria.
Mesmo com 44 milhões de habitantes em São Paulo, de acordo com o IBGE, nos testes da Coronavac cada pessoa recebe duas doses da vacina.