Foto: Canva
Foto: Canva

Em 2022, o Brasil registrou um total de 67.626 ocorrências de estupro contra mulheres, conforme o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam). Isso representa aproximadamente um estupro a cada 8 minutos no país, como destacado pelo Ministério das Mulheres em Brasília.

O documento revela que o Sudeste, a região mais populosa, liderou com 22.917 casos, seguido pelo Sul com 14.812. No Nordeste, foram registrados 14.165 estupros; no Norte, 8.060; e no Centro-Oeste, 7.672 episódios.

O Raseam utiliza uma variedade de fontes para compilar suas estatísticas, incluindo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre estupro de mulheres. Além disso, são utilizadas informações de órgãos como o Ministério da Saúde, Ministério dos Esportes, Justiça Eleitoral, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar Contínua do IBGE indicam que a alta incidência de estupro reflete na percepção de risco das mulheres. Uma em cada cinco entrevistadas em 2021 relatou sentir “risco médio ou alto de ser vítima de agressão sexual.” O relatório destaca que a violência contra mulheres é uma instituição social que mantém relações de dominação e exploração.

Estatísticas da violência

Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, 344.242 registros de violência foram contabilizados, sendo que sete em cada dez episódios eram contra mulheres. As estatísticas ainda revelam que o principal local de agressão contra mulheres adultas, de 20 a 59 anos de idade, foi a própria residência: 73% dos episódios, contra 14,5% de ocorrências em vias públicas e 3,2% em bares e restaurantes.

Quanto à situação conjugal, 44,7% das mulheres vítimas de violência na mesma faixa etária eram solteiras; 42,4% estavam casadas; e 10,6% eram solteiras. Os homens foram “os principais agressores de mulheres” nos registros do Sinan. “No ano de 2022, em 77,2% dos casos registrados, os agressores eram do sexo masculino”, revela o documento.

Mulheres negras

O Censo Populacional de 2022 revelou que o maior grupo demográfico do Brasil são mulheres negras, totalizando 54,5%. Elas também são as mais afetadas pela violência, representando 59,8% das vítimas de violência sexual, doméstica e outras formas de violência.

A taxa de mortalidade por assassinato de mulheres em 2022 foi de 3,2 casos por cem mil habitantes. O grupo etário mais exposto são mulheres jovens, de 20 a 24 anos – 6,4 mortes por cem mil habitantes. De acordo com o Ministério da Saúde, 66,7% das vítimas eram negras, sendo mais que o dobro das brancas, de 32%.