
De uma casa sem energia à aprovação no vestibular da Fundação Getúlio Vargas. O ano novo do alagoano Wellington José Leite da Silva, de 17 anos, tem um gosto diferente.
A aprovação do adolescente e a garantia da bolsa de estudos para o curso de matemática aplicada na unidade do Rio de Janeiro é uma conquista para toda a família.
Tendo que estudar com a luz do poste por ter a energia cortada por falta de pagamento, Wellington também vem de uma família simples. A mãe, analfabeta, criou o filho vendendo material reciclável em Maceió.
“Não importava se ele era pobre ou rico, só sei que ele tinha que estudar pra ter um futuro melhor”, disse a mãe, Terezinha.
Amor pela matemática
O amor pelos números é antigo.
Quando pequeno, Wellington colocou os números de um a dez em um caderno. Curioso para saber até onde eles chegavam, ele não parou de escrever. “Cheguei em cinco mil, dez mil, eu fiquei maravilhado porque aquilo ali não estava acabando. Eu comecei a me motivar a estudar para aquilo, porque eu achava uma coisa muito interessante”, conta o estudante ao G1.
Quando a eletricidade da casa, ele precisou usar a luz do poste para estudar durante oito meses.
“Foi nessa época que eu fiquei sabendo que estava tendo treinamento de matemática para a olimpíada lá no colégio. Aí como eu já gostava de matemática, eu procurei uma forma de tentar estudar para ganhar uma medalha, porque eles tinham bolsa para os medalhistas, aí eu pensei em ajudar minha família”, detalha.
Ele não só conquistou a medalha de ouro na Olimpíada Estadual de Matemática, mas também prata do campeonato na etapa nacional.
“Todo mundo tem dificuldade, todo mundo tem problema. Mas se você parar e ficar pensando nos seus problemas, isso não vai ajudar em nada. Você tem que buscar uma solução pra eles, e eu busquei isso estudando, procurando um futuro bom”, concluiu o jovem.
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