Foto: Reprodução/TV Globo
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Morador de Valverde, em Nova Iguaçu, catador Odorico Luís Rocha, de 23 anos resolveu, por incentivo da mulher, Hellen Cristina Fernandes, de 27 anos, abrir uma barraca de lanches na rua de casa, na última quarta-feira (22). Sem dinheiro para investir na estrutura, ele recuperou uma chapa elétrica encontrada no lixo, apoiou o equipamento em cima de alguns tijolos e usou um armário velho como bancada.

Ao postar seu mais novo negócio na internet, Dorico, como é conhecido, viu o lado mais perverso das redes sociais. “Só pode estar de sacanagem! Coé, Dorico!”, “Você nunca vai vender nada!”, “Vai ser hambúrguer com ratazana!”, zombaram. Apenas dois lanches foram vendidos nos primeiros dias.

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Por causa de uma publicação desse tipo que Carlos Alberto Soares, de 26 anos, se solidarizou com o jovem e resolveu ajudá-lo “Ninguém merece passar por uma humilhação dessa”, disse Carlos, dono de uma pizzaria vizinha que viu a barraca e leu os ataques. No dia seguinte, ele fez uma publicação no Facebook pedindo o contato de Odorico, e já na última sexta-feira (24), os dois se preparavam para a inauguração da nova barraquinha, a “Dorico Lanches”, que ganhou até um menu personalizado. “Compramos a chapa de modelo à gás e uma tenda. Ganhei uma bancada de inox, e compramos a mercadoria toda, além do material para trabalhar. Tudo isso com doações no pix do pessoal do Facebook, do Instagram. Gente de tudo quanto é lugar. Até de fora do país teve gente ajudando. Estou até agora emocionado sem cair a ficha” diz Odorico.

Carlos e outro amigo, Gabriel Borges, ajudaram com a divulgação do trabalho de Odorico e fizeram uma vaquinha on-line, e em poucas horas, eles conseguiram arrecadar cerca de R$ 3 mil, o suficiente para dar o impulso no negócio do catador.

Há seis meses, o que sustentava a família de Odorico era o trabalho com reciclagem. Ele tem três filhos, e mais um está a caminho. “Meu plano é colocar minha lanchonete em uma loja e crescer. Ter várias lojas de lanches minhas, ampliar. Meu sonho é ter tudo que eu não pude ter, meu próprio emprego, ser meu próprio patrão, ter meus funcionários, e continuar evoluindo” diz emocionado: “Antes de trabalhar com reciclagem eu não era feliz, estava perdido. E Deus vem mudando a minha história. Me deu forças para trabalhar e me tirou das drogas.”

A barraquinha nova, inaugurada na última sexta (24), já tem banner, jogos de mesa e cadeira e iluminação, tudo comprado com o dinheiro da vaquinha.

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